terça-feira, 27 de novembro de 2012

Maior acidez do mar dissolve concha de criaturas marinhas, diz estudo

Lesmas-do-mar que vivem na Antártica estão sendo afetadas pelo alto nível de acidez das águas marinhas, segundo uma nova pesquisa científica.

Uma equipe internacional de cientistas descobriu que a concha das lesmas está sendo corroída pela água do mar.

Segundo especialistas, a descoberta é importante para se determinar o impacto da acidificação do oceano na vida marinha.

Os resultados foram publicados na revista científica “Nature Geoscience”.

Ecossistemas – As lesmas-do-mar são importantes na cadeia dos alimentos dos oceanos. Além disso, elas são um bom indicador de quão saudável está o ecossistema.

“Eles são um item importante para diversos predadores – como plânctons maiores, peixes, pássaros, baleias”, diz Geraint Tarling, que é coautor do estudo e diretor de Ecossistemas Oceânicos da entidade britânica de pesquisas British Antarctic Survey.

O estudo foi um projeto de pesquisadores da BAS, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a US Woods Hole Oceanographic Institution e da faculdade de ciências ambientais da Universidade de East Anglia.

A acidificação do oceano ocorre devido à queima de combustíveis fósseis. Parte do dióxido de carbono que está na atmosfera é absorvido pelo oceano. Esse processo altera a composição química da água, que fica mais ácida.

Os dados foram coletados em uma expedição do barco Southern Ocean, em 2008. Os cientistas analisaram o que acontece quando a água marinha do fundo é empurrada para a superfície por ventos.

Essa água é mais ácida e acaba corroendo a aragonita – a substância que forma as conchas das lesmas-do-mar.

“As lesmas-do-mar não necessariamente morrem por conta da corrosão nas suas conchas, mas isso as deixa mais vulneráveis a predadores e a infecções, o que tem consequências no resto da cadeia de alimentação”.

Tarling disse que o estudo ainda é um piloto para outras pesquisas que virão, mas que ele já forneceu dados importantes sobre como o ecossistema reagirá a mudanças futuras no oceano.

“Foram necessários vários anos para que desenvolvêssemos uma técnica sensível o suficiente para que analisássemos o exterior das conchas, com auxílio de microscópios de alta potência, já que as conchas são muito finas e os padrões de dissolução são muito súteis”, afirmou o pesquisador.

Ambientebrasil - (Fonte: G1)