quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Brasileiros darão volta ao mundo para ver ameaça do plástico ao mar

Um casal de brasileiros assumiu a responsabilidade de contribuir com a ciência para obter mais detalhes sobre o impacto do plástico nos oceanos. Eles resolveram dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro para colher amostras da água, que poderão fornecer detalhes sobre a atual situação dos mares.

Os paulistas Marcela Rocha e Danilo Mesquista embarcam nesta terça-feira (25), dia de Natal, na primeira etapa da “Expedição 4 Ventos”, que deve durar pelo menos 2 anos e pretende percorrer 48,2 mil km, passar por ao menos 20 países e cruzar os Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.

Em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), eles recolherão amostras para auxiliar na investigação do microplástico, partículas de 5 milímetros de materiais orgânicos sintéticos que ficam na superfície do mar e ameaçam a biodiversidade.

A paixão pelo mar, aliada ao hobbie do casal por aulas de mergulho, desenvolveu a preocupação em preservar o universo marinho – cuja perda da biodiversidade fez acender um alerta mundial.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico.

As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves, e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos. Pássaros e peixes morrem de inanição por confundirem as partículas plásticas com alimento. Estudos já comprovaram que até mesmo os plânctons, a base da cadeia alimentar, estão sendo impactados.

Em entrevista ao G1 direto de Miami, nos Estados Unidos, de onde o veleiro modelo Gulfstar 37 partirá nesta terça, Marcela Rocha, componente da missão, afirmou que a coleta das micropartículas será feita por uma rede especial desenvolvida pela USP em parceria com a Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera (NOAA, na tradução do inglês), instituto do governo dos EUA.

Chamada de rede de Nêuston, o equipamento vai recolher o plástico da superfície marinha e as amostras serão enviadas, sob refrigeração, para os laboratórios da USP. “Acreditamos que o estudo pode contribuir para a constatação sobre a realidade das águas do planeta, além de um plano de prevenção para a preservação da vida marinha”, explica.

O veleiro – Um Gulfstar 37 pés será o meio de transporte do casal – que já se prepara psicologicamente para a convivência no isolamento. “O Danilo já me alertou que se a TPM pegar pesada, vou para o bote de salvamento”, brinca Marcela, que é radialista e abandonou a profissão pelo projeto (mesma decisão tomada por Danilo, também radialista).

Preparado com um dessalinizador (que transforma água salobra em potável), além de ser autossuficiente em energia, graças a um painel solar e um gerador eólico, o barco terá comunicação via satélite, internet e telefone, com o apoio de uma empresa de telefonia móvel.

O navio sairá de Miami em direção a Cuba, atravessando o Mar do Caribe rumo ao Panamá, onde terão acesso ao Oceano Pacífico, com foco na parte Sul. Depois, cruzarão parte da Ásia, acessando o Oceano Índico, até o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, onde entram nas águas do Atlântico Sul, rumo ao Brasil. A previsão é que veleiro chegue em águas brasileiras em fevereiro de 2015.

Segundo Marcela, a expedição visitará áreas ainda inóspitas, carentes de estudos, principalmente aquelas do Pacífico Sul e Atlântico Sul. Ela afirma que a ilha de Lixo conhecida como “Grande Porção de Lixo do Pacífico”, localizada entre os EUA, Canadá e o Havaí, não será alvo da pesquisa.

Desafio mundial – A proteção dos oceanos se tornou uma das principais bandeiras da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste ano, durante a conferência Rio+20, países negociaram a criação de regras mais duras para preservação marinha, com o objetivo de proteger a biodiversidade e não impactar a segurança alimentar.

Rosalinda Montone, professora do Instituto Oceanográfico da USP e responsável por analisar as partículas de poluentes recolhidas em alto mar, disse que esses fragmentos podem impactar a cadeia alimentar dos oceanos.

Ela ressalta a importância da expedição e disse que a captação de amostras é uma das partes mais difíceis do projeto. “Vamos depender muito de coleta, considerada uma parte crítica e cuidadosa”, disse.

Ela afirma que o objetivo da parceria entre o IO e a expedição é realizar um mapeamento dos pontos do planeta onde ocorrem alta concentração de partículas de plástico. “Temos que pensar no uso do plástico no continente, não no mar. Certamente será um dos grandes desafios da humanidade”, explica a pesquisadora.

Ambiente Brasil - (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Recuperar os oceanos custa R$ 10,4 bilhões iniciais, diz relatório da ONU

Um relatório recém-divulgado pela ONU estima ser necessário aplicar US$ 5 bilhões (R$ 10,4 bilhões, em valores atuais) como investimento inicial para reverter a degradação dos oceanos no mundo. Os recursos, se aplicados ao longo dos próximos 20 anos, serão suficientes para catalisar ações e novos fluxos financeiros na recuperação dos mares.
O objetivo do documento, chamado “Catalisando o Financiamento dos Oceanos”, é ajudar empresas privadas e o setor público a criar políticas claras e incentivos para a proteção dos mares, uma vez que a degradação oceânica atinge centenas de milhões de pessoas nos países mais pobres.
Segundo o chefe de governança de água e oceano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Andrew Hudson, os mares estão “sob séria ameaça devido à poluição, superexploração, perda de habitat, espécies invasoras e mudanças climáticas”.
As afirmações foram feitas durante o lançamento do relatório nos EUA, na última sexta-feira (14), de acordo com o site da ONU.
O documento defende a aplicação de uma mistura de políticas públicas e ações de mercado para a preservação dos oceanos e sua gestão sustentável. O problema não é “irreversível”, aponta o relatório, se houver um bom gerenciamento dos mares.
(Fonte: Globo Natureza)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Litoral é objeto de estudo

A costa brasileira é uma das mais extensas do mundo, com 7,4 mil km de praias e rica em biodiversidade. A gestão desse litoral e o planejamento de ações no âmbito do governo federal serão discutidos a partir da próxima segunda-feira (17), até a sexta-feira (21), no curso de formação no Sistema de Modelagem Costeira (SMC). O encontro acontece no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, e reúne professores, técnicos e representantes do governo e terá como instrutores professores do Instituto de Hidráulica da Universidade da Cantábria (Espanha).

O curso faz parte do projeto Transferência de Metodologias e Ferramentas de Apoio à Gestão da Costa Brasileira, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento (SPU-MP) e tem como objetivo fortalecer as bases técnicas do gerenciamento costeiro visando o desenvolvimento sustentável do litoral. “Para tanto, pretende-se introduzir metodologias e ferramentas avançadas de gestão, desenvolvidas dentro do Sistema de Modelagem Costeira (SMC) produzido pelo Instituto de Hidráulica da Universidade da Cantábria”, destaca a diretora do Departamento de Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente, Leila Swerts.

Base conceitual – Esse é o primeiro curso de formação na ferramenta Sistema de Modelagem Costeira no Brasil e abordará, entre outros pontos, a base conceitual e a versão brasileira do sistema, para que ao longo do desenvolvimento de estudos de caso se possa identificar erros e validar o modelo espanhol no nosso país. “Dessa forma, neste primeiro momento, estão sendo priorizadas as equipes das universidades que estão atuando nos estudos de caso ou que já tem alguma iniciativa nos temas trabalhados no projeto, como é o caso da Universidade de São Paulo (USP)’”, diz Leila.

O curso é uma ação do MMA, Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS), com apoio da SPU/MP, das universidades Federais de Santa Catarina (UFSC) e São Paulo (USP) e Instituto de Hidráulica da Universidade de Cantábria (Espanha). A iniciativa, fundamental para a instrumentalização da gestão da costa brasileira, beneficia o planejamento de ações dos governos federal, estaduais e municipais para enfrentamento de problemas causados por impactos ambientais associados à erosão e degradação de faixas do litoral.

(Fonte: Sophia Gebrim/ MMA)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Maior acidez do mar dissolve concha de criaturas marinhas, diz estudo

Lesmas-do-mar que vivem na Antártica estão sendo afetadas pelo alto nível de acidez das águas marinhas, segundo uma nova pesquisa científica.

Uma equipe internacional de cientistas descobriu que a concha das lesmas está sendo corroída pela água do mar.

Segundo especialistas, a descoberta é importante para se determinar o impacto da acidificação do oceano na vida marinha.

Os resultados foram publicados na revista científica “Nature Geoscience”.

Ecossistemas – As lesmas-do-mar são importantes na cadeia dos alimentos dos oceanos. Além disso, elas são um bom indicador de quão saudável está o ecossistema.

“Eles são um item importante para diversos predadores – como plânctons maiores, peixes, pássaros, baleias”, diz Geraint Tarling, que é coautor do estudo e diretor de Ecossistemas Oceânicos da entidade britânica de pesquisas British Antarctic Survey.

O estudo foi um projeto de pesquisadores da BAS, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a US Woods Hole Oceanographic Institution e da faculdade de ciências ambientais da Universidade de East Anglia.

A acidificação do oceano ocorre devido à queima de combustíveis fósseis. Parte do dióxido de carbono que está na atmosfera é absorvido pelo oceano. Esse processo altera a composição química da água, que fica mais ácida.

Os dados foram coletados em uma expedição do barco Southern Ocean, em 2008. Os cientistas analisaram o que acontece quando a água marinha do fundo é empurrada para a superfície por ventos.

Essa água é mais ácida e acaba corroendo a aragonita – a substância que forma as conchas das lesmas-do-mar.

“As lesmas-do-mar não necessariamente morrem por conta da corrosão nas suas conchas, mas isso as deixa mais vulneráveis a predadores e a infecções, o que tem consequências no resto da cadeia de alimentação”.

Tarling disse que o estudo ainda é um piloto para outras pesquisas que virão, mas que ele já forneceu dados importantes sobre como o ecossistema reagirá a mudanças futuras no oceano.

“Foram necessários vários anos para que desenvolvêssemos uma técnica sensível o suficiente para que analisássemos o exterior das conchas, com auxílio de microscópios de alta potência, já que as conchas são muito finas e os padrões de dissolução são muito súteis”, afirmou o pesquisador.

Ambientebrasil - (Fonte: G1)

Parceria evita colisões entre barcaças e baleias na região de Abrolhos

Uma parceria entre biólogos, ambientalistas e a iniciativa privada está ajudando a evitar uma modalidade especialmente calamitosa de acidente de trânsito: trombadas entre baleias e barcos na região de Abrolhos, entre a Bahia e o Espírito Santo.

Criar um bom sistema de “semáforos” marinhos é crucial para esse pedaço da costa brasileira porque ele combina elementos que aumentam o risco de colisões.

Por um lado, Abrolhos e adjacências concentram cerca de 90% das 11 mil baleias-jubartes que passam pelo Brasil todos os anos. Esses cetáceos, lentos e de hábitos costeiros, são a segunda espécie mais atropelada de baleia (só “perdem” para as baleias-francas).

Por outro lado, a região abriga um movimentado tráfego de barcaças carregando toras de madeira e celulose oriundas das florestas de eucalipto da região – trânsito que ganhou porte com a instalação de um terminal de transporte marítimo em Caravelas (BA) no começo da década passada.

Deixada ao deus-dará, a situação degringolaria em considerável contagem de corpos de jubartes – e prejuízos para as empresas de madeira.

Por isso mesmo, o monitoramento das rotas das baleias na região foi uma das condicionantes ambientais impostas pelo governo para a criação do terminal de Caravelas, afirma Márcia Engel, bióloga do Instituto Baleia Jubarte.

“Fizemos levantamentos aéreos e cruzeiros de pesquisa para estudar essas áreas de concentração das jubartes e estabelecer rotas com menor densidade de animais.”

O trabalho foi feito com apoio da Fibria, empresa de celulose que pretendia transportar madeira de Caravelas e Belmonte (BA) para Aracruz (ES) – no segundo caso, em “joint venture” com outra empresa, a Stora Enso.

A equipe do Instituto Baleia Jubarte mostrou que era possível evitar encontros trágicos com os cetáceos no trajeto de 275 km, desde que as barcaças mantivessem rotas não muito coladas à costa, região preferida pelos bichos.

Ao que tudo indica, a estratégia tem dado certo. Dez anos depois do estabelecimento do terminal de Caravelas, não há evidência de choque com as barcaças.

E não é que atropelamentos do tipo não tenham ocorrido na região, lembra Engel. No mesmo período, houve ao menos três colisões, uma delas envolvendo um catamarã que fazia a rota entre Salvador e Morro de São Paulo.

Perto de Itaparica, tripulação e passageiros sentiram uma pancada. Ao olhar para trás, “o pessoal viu uma baleia e uma grande mancha de sangue na água”, diz a bióloga. Provavelmente era uma jubarte, embora a identificação da espécie não tenha sido feita. O navio afundou.

Outra preocupação ligada ao estabelecimento de um porto numa área de reprodução de baleias é o barulho.

Os sons emitidos pelas jubartes são importantes para o acasalamento e o cuidado com as crias. O temor é que o barulho causado pelo tráfego marítimo atrapalhe a comunicação entre os animais.

Por enquanto, não há evidências de que isso esteja acontecendo em Abrolhos, diz Engel, apesar dos 5 milhões de metros cúbicos de madeira transportados ali entre 2010 e este ano.

Um dado mais preocupante tem vindo da população de botos-cinza do estuário do rio Caravelas. Com cerca de cem indivíduos, esse grupo parece estar se reduzindo. Ainda não é possível saber se isso é um impacto do tráfego.

Ambientebrasil - (Fonte: Reinaldo José Lopes/ Folha.com)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Pela primeira vez, o país passa a presidir o Conselho Mundial da Água

Professor titular de Engenharia Ambiental do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Benedito Braga foi eleito nesta segunda-feira (19) o novo presidente do Conselho Mundial da Água, em substituição ao francês Loïc Fauchon.

É a primeira vez que um brasileiro ocupa o cargo. Atualmente, o país possui quatro representantes no quadro dos chamados governadores do Conselho Mundial da Água, ou seja, grupo de 36 especialistas que representam instituições de vários países com direito a voto no conselho.

Representantes - A ANA está representada no conselho pelo diretor Paulo Varela (titular) e pelo superintendente de Implantação de Programas e Projetos, Ricardo Medeiros (suplente). Os outros representantes brasileiros são Lupércio Ziroldo, presidente da Rede Latino-Americana de Organismos de Bacia (Relob) e Nilton Azevedo, da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria e Base (Abdib). Na mesma oportunidade, em votação que também renovou o quadro de governadores, a ANA foi a quarta instituição a receber mais votos, atrás de duas instituições francesas e uma sul-coreana.

Criado em 1997, o Conselho Mundial da Água tem como objetivo agregar segmentos e instituições envolvidas com o tema. Sua composição atual coloca o Brasil na condição de um dos principais países do mundo em termos de representação nacional e maior representante da América Latina. A entidade realiza o principal evento internacional sobre o tema: o Fórum Mundial da Água, que este ano aconteceu em Marselha, em março.
(Fonte: ANA)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O mar e a Lei Florestal

A gestão da zona costeira brasileira perante a nova Lei Florestal foi discutida nesta terça-feira (30), em Brasília, na 44ª Reunião Ordinária do Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (Gi-Gerco). Ligado à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), é formado por representantes de 15 ministérios, Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Ministério Público Federal e universidades de todo o país.


Após detalhar tópicos da lei, entre eles o artigo 11, que define a zona costeira como patrimônio nacional e sua ocupação e exploração devem ser de modo ecologicamente sustentável, o presidente do Grupo Gi-Gerco e diretor de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adalberto Eberhard, abordou o item da lei que trata dos zoneamentos costeiros. “Assim como cada estado possui o seu Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), instrumento de ordenamento e planejamento econômico e ambiental, a nova Lei Florestal determina que cada um dos 17 estados costeiros façam o seu ZEE Costeiro”, explicou.

Segundo o diretor do MMA, a determinação é que os estudos sejam feitos na escala de 1 para 10 mil. “Isso quer dizer que cada 10km de costa deve ter um mapa de 1 metro, com todas as definições e características daquela área”. Para ele, o objetivo é auxiliar no que for preciso os estados para a realização do estudo, que ainda não tem data para começar. “Estamos numa discussão preliminar sobre esse assunto, já nos antecipando e discutindo como será possível contribuir, no futuro com o ZEE Costeiro, que ainda não tem data para começar”, acrescentou.

No mundo – Ao término da reunião, a analista ambiental do Departamento de Zoneamento Territorial do MMA, Márcia Oliveira, falou sobre a missão brasileira que irá a Espanha, no período de 5 a 9 de novembro. O objetivo será conhecer a experiência espanhola na gestão costeira integrada e seus casos exitosos de aplicação do Sistema de Modelagem Costeira (SMC), ferramenta utilizada para gestão costeira, bem como conhecer o estágio atual da customização do SMC-Brasil.

“Essa missão faz parte de acordo firmado em 2010 entre os governos brasileiro e espanhol”, explica Márcia. O acordo, que é de cooperação técnica, científica e tecnológica, é ferramenta para execução do Projeto Transferência de Metodologias e Ferramentas de Apoio à Gestão da Costa Brasileira, entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), com a participação do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria do Patrimônio da União, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de São Paulo (USP), Universidade da Cantábria (IHC/Espanha) e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS).

O projeto tem como objetivo contribuir para uma melhor gestão da costa brasileira, permitindo entender e dar soluções a problemas de erosão que ocorrem em quase 40% da costa brasileira, estudar problemas de impacto ambiental, delimitar zonas de domínio público e privado ao longo do litoral permitindo recuperar espaços públicos já ocupados e proteger as populações em áreas de risco.

(Fonte: Sophia Gebrim/ MMA) - Portal Ambiente Brasil



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pesca de arrasto devasta o fundo do mar, alertam cientistas em estudo

Assim como a agricultura intensiva provoca erosão do solo e alteração dos ecossistemas, a pesca industrial de arrasto nivela a topografia e devasta o fundo do mar, alertaram cientistas espanhóis em um estudo publicado nesta quarta-feira (5) na revista britânica Nature. O impacto sobre a fauna e a flora marinha das redes que arranham às cegas o leito marinho é bem documentado, mas a técnica de pesca também devasta o fundo do mar, deslocando milhares de toneladas de sedimentos marinhos de grandes áreas, destacou a pesquisa.


A pesca de arrasto é praticada há muito tempo nos “taludes continentais” de várias regiões do mundo e esta prática cresceu para compensar a diminuição de recursos. É o que ocorre no Mediterrâneo, no norte da Catalunha, onde Pere Puig e seus colegas da Universidade de Barcelona tentaram avaliar os impactos da prática.

Segundo suas observações, foram registrados fluxos de sedimentos maciços durante a semana e nas horas de trabalho nos flancos do cânion submarino de La Fonera, muito frequentado pelos pescadores de arrasto, perto do porto pesqueiro de Palamós (nordeste da Espanha). De acordo com os cientistas, a quantidade de sedimentos equivale, aproximadamente, àquela deslocada pelas tempestades e chuvas do inverno.

Um pouco mais de quatro meses de pesca de arrasto representam pelo menos 5,4 mil t de sedimentos enviados para o fundo do cânion. Os sedimentos se acumulam duas vezes mais rápido nesta área desde os anos 1970 e após a industrialização da frota de pescadores com rede, segundo cálculos da equipe de Pere Puig.

Estas avaliações foram confirmadas por um estudo topográfico do cânion que “revelou um alisamento notável” além dos 800 m de profundidade no flanco norte do cânion. Uma área de mais de 40 km² que coincide precisamente com a rota seguida pelos grandes pesqueiros.

No total, 10 milhões de metros cúbicos de sedimentos teriam sido arrancados do flanco do cânion pelas redes em 40 anos, afirmam os cientistas. “Nossos resultados destacam que a pesca de arrasto não altera unicamente o fluxo de sedimentos, mas também a fisionomia do talude continental”, provocando uma redução drástica do hábitat submarino que ameaça a biodiversidade, concluíram os pesquisadores. “Comparamos a pesca de arrasto ao desmatamento, mas nossos trabalhos fazem pensar mais na agricultura intensiva”, que nivela os solos, acrescentaram.

(Fonte: Portal Terra)



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Estudo: Península Antártida começou a esquentar há 600 anos


As temperaturas na Península Antártida começaram a subir naturalmente há 600 anos, bem antes de a humanidade passar a provocar mudanças climáticas, disseram cientistas em um estudo publicado nesta quarta-feira, que ajuda a explicar recentes colapsos de enormes banquisas de gelo.

O estudo diz que o atual ritmo de aquecimento, de 2,6°C por século, é “excepcional”, mas não inédito. “Quando o recente aquecimento excepcional começou, as banquisas da Península Antártida já estavam fadadas aos dramáticos rompimentos observados a partir da década de 1990″, disse a Pesquisa Antártida Britânica, que comandou o estudo publicado na revista Nature.

O aquecimento decorrente de variações naturais, talvez afetando ventos e correntes oceânicas, começou há 600 anos, tornando as banquisas – pedaços de gelo flutuando no mar em torno da península – vulneráveis a um aquecimento cada vez mais forte a partir de 1920.

Nos últimos anos, vários blocos de gelo despencaram ao redor da península, inclusive as banquisas Larsen A e B e a Wilkins. Cerca de 25 mil km² de gelo se perderam, mais ou menos o tamanho do Haiti.

Cientistas ligados à ONU consideram que as emissões de gases do efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis, a partir da Revolução Industrial (século 18), contribuem de forma decisiva para as alterações climáticas no planeta, responsáveis por secas, inundações e elevações do nível dos mares.

“O que estamos vendo é consistente com o aquecimento induzido pelos humanos, somando-se ao natural”, disse à Reuters o cientista coordenador do estudo, Robert Mulvaney. Ele alertou que o trabalho, feito em conjunto com especialistas da Austrália e da França, abrange apenas uma pequena parte da Antártida.

Os cientistas perfuraram um buraco de 364 m no gelo da ilha James Ross, ao norte da península, para estudar as pistas sobre as temperaturas nos últimos 15 mil anos.

A perda das banquisas não contribui para a elevação dos mares, pois esse gelo já faz parte do oceano. Mas, sem a contenção delas, as geleiras em terra podem começar a deslizar mais rapidamente para o mar, agregando água ao oceano e causando sua elevação no mundo todo.
(Fonte: Portal Terra)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Brasil fica em 27º lugar em ranking mundial de qualidade dos oceanos

Pesquisadores divulgaram nesta quinta-feira (15) um indicador inédito que mede a qualidade oceânica e marítima do mundo, o chamado “Índice de Saúde do Oceano”. Foram reunidos dados das águas do litoral de 171 países, ilhas e territórios do planeta.


Publicado na revista “Nature”, o estudo mostra que o Brasil está 35ª posição, se forem consideradas no ranking três ilhas desabitadas dos EUA (incluindo a Ilha de Jarvis), duas ilhas pertencentes à França (a Ilha de Clipperton, que é desabitada, e a Polinésia Francesa) e três outros territórios pertencentes à Grã-Bretanha e Austrália. Se forem contabilizados só os países, o Brasil sobe para a 27ª posição entre os que têm saúde oceânica mais alta.

O resultado brasileiro, de 62 pontos em uma escala que vai de 0 a 100, é um pouco melhor que a média global, de 60 pontos.

O pior resultado ficou para Serra Leoa, na África, com 36 pontos. Já o país com mar mais saudável, sem considerar as ilhas desabitadas, é o arquipélago Seychelles, localizado no oceano Índico, próximo à África, com 73 pontos.

Mais de 65 cientistas avaliaram uma centena de conjuntos de dados para elaborar o estudo. O índice é formado por dez metas, que incluem biodiversidade, limpeza das águas, proteção ambiental da costa, oportunidades de pesca artesanal e oferta de turismo na região, entre outros.

Bem na maioria das metas – Em seis das dez metas, o Brasil obteve pontuação igual ou maior do que a média global. Nas quatro demais, o país recebeu nota menor. As águas brasileiras são mais poluídas (76 pontos) que a média mundial (78 pontos), de acordo com o estudo.

Por outro lado, o país saiu-se bem melhor (81 pontos) do que a média mundial (55 pontos) em preservação das espécies e criação de áreas de proteção na costa. Os dois aspectos foram reunidos na meta “identidade local”, que avalia principalmente as espécies de animais icônicos do litoral.

O pior resultado brasileiro foi com relação à densidade de turistas nas áreas costeiras, em que o país recebeu nota zero. A média global, de 10 pontos, não foi muito melhor.

As águas do litoral brasileiro são consideradas mais saudáveis do que as do Uruguai (47 pontos), Argentina (52 pontos), Chile (60 pontos) e Venezuela (46 pontos), entre outros países da América Latina.

A maioria dos países teve nota baixa em itens como oferta de alimentos (24 pontos, na média global). Segundo a pesquisa, o resultado mostra que é preciso abandonar técnicas predatórias de pesca e aperfeiçoar as formas sustentáveis.

Países com a mesma nota mas que estão posicionados abaixo no ranking receberam pontuação menor em uma ou mais metas.

Fórmula – A fórmula para um bom indicador de saúde dos mares inclui economia forte, governo estável e políticas de cuidado com as faixas litorâneas, segundo os pesquisadores.

O documento publicado na “Nature” ressalta a ótima nota obtida pela Alemanha (73 pontos), em segundo lugar no ranking, logo atrás das ilhas Seychelles, se forem considerados somente os países.

As nações mais mal-avaliadas estão na costa oeste da África, segundo os cientistas. O desempenho ruim está ligado a baixos indicadores de desenvolvimento humano, de acordo com o estudo.

A pesquisa foi elaborada por uma série de entidades, instituições científicas e universidades, incluindo a Conservação Internacional, a Fundação pela Vida no Oceano Pacífico e a sociedade National Geographic.

(Fonte: Rafael Sampaio/ Globo Natureza)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Proteção à corrosão de embarcações marítimas

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está participando de uma iniciativa internacional para a formulação de uma nova geração de revestimentos orgânicos que combinem a capacidade anticorrosiva de autocura com propriedades anti-incrustantes para aplicações offshore.


O objetivo do projeto, denominado “Nanomar”, é desenvolver revestimentos que façam a liberação controlada de inibidores de corrosão e de agentes biocidas a partir de recipientes nanoestruturados – os chamados nanocontêineres –, em zonas danificadas de estruturas como plataformas de petróleo e moinhos de vento.

Financiado pelo Seventh Framework Programme for Research FP7, o principal programa de financiamento da União Europeia para iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, o projeto, com duração de 24 meses, é coordenado pela Universidade de Aveiro (UAVR), em Portugal.

Além do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT também participam do projeto a Sociedade Max Planck Society, da Alemanha, e o Instituto de Cristalografia da Rússia.

Estudos feitos no Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro na Universidade de Aveiro confirmaram a possibilidade de incorporar nanopartículas de características diferentes em um único revestimento anticorrosivo.

A tecnologia possibilita a entrada em ação somente quando um agente externo atacar uma determinada região – ou seja, um revestimento ‘inteligente’ atuante a partir do momento do dano, em um processo semelhante ao de autocicatrização da pele humana, e de dupla função.

Enquanto uma parte das nanopartículas presentes no revestimento irá agir como inibidora da corrosão, outra terá compostos biocidas para impedir a proliferação de microrganismos como algas e o desenvolvimento de cracas (crustáceos que se fixam e proliferam em superfícies duras, como píeres e barcos) nas áreas submersas, que também colaboram para acelerar o processo de corrosão.

“A estrutura ficará protegida contra dois agentes externos e terá uma maior vida útil”, disse Célia Aparecida dos Santos, pesquisadora do IPT, que participa do projeto.

A proteção contra corrosão em aplicações marítimas é feita atualmente com revestimentos tradicionais, alguns deles contendo cromatos em suas formulações, que foram proibidos em diversos países e apesar de tóxicos, possuem alto desempenho.

O desafio do projeto é obter um revestimento que seja tão ou mais eficiente do que os cromatos, mas sem a presença de metais pesados e não agressivo ao meio ambiente.

(Fonte: Agência Fapesp)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ban Ki-moon anuncia iniciativa para proteger os oceanos

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentou neste domingo (12) uma nova iniciativa para proteger os oceanos da poluição, da pesca excessiva e da elevação do nível das águas que ameaça centenas de milhões de pessoas. A iniciativa, batizada de Oceans Compact, pretende tornar mais eficaz, dentro da ONU, a coordenação dos esforços para preservar os oceanos que estão em situação precária, ressaltou Ban Ki-moon.


“Nossos oceanos se aquecem e estendem”, disse em um discurso em Yeosu, na região sul da Coreia do Sul, ao inaugurar uma conferência que recorda o 30º aniversário da assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre direito marítimo.

“Corremos o risco de mudanças irrevogáveis em processos que apenas compreendemos, como as grandes correntes que afetam a meteorologia. A acidificação dos oceanos destrói a base da vida nos mares; a elevação das águas ameaça mudar o traçado do mapa do mundo às custas de centenas de milhões de pessoas entre as mais vulneráveis do planeta”, advertiu.

Uma comissão de alto nível será constituída para para elaborar um plano de ação. Será integrada por autoridades políticas, cientistas e oceanógrafos, representantes do setor privado e da sociedade civil, além de autoridades dos organismos relevantes da ONU.

Até 2025, todos os países devem fixar objetivos de redução dos vazamentos de poluentes e pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas devem estar protegidas.

A iniciativa também pede o reforço da luta contra a pesca ilegal, a reconstituição das reservas e a erradicação das espécies invasivas. A acidificação dos oceanos é provocada pela absorção de CO2. Isto diminui o PH da água e acarreta uma combinação de mudanças químicas.

Desde o início da revolução industrial, o PH médio das águas na superfície dos oceanos diminuiu aproximadamente 0,1 unidade, passando de 8,2 a 8,1, elevando assim a acidez.

Projeções feitas por computadores mostram uma redução do PH em 0,2 a 0,3 unidade adicional até o fim do século. O Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos prevê o aumento do nível das águas, em consequência do aquecimento global, de entre 8 e 23 cm até 2030, na comparação com o nível do ano 2000, de entre 18 e 48 cm até 2050, e de entre 50 cm e 1,40 m até 2100.

A última estimativa está muito acima da projeção do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) no relatório de 2007, que previa uma alta de entre 18 e 59 cm até o fim do século.

O objetivo da comunidade internacional é limitar o aquecimento a menos de dois graus centígrados na comparação com o período pré-industrial, levando em consideração que a temperatura global aumentou quase um grau.
(Fonte: Portal Terra)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Baleias sabem lidar com ruídos subaquáticos produzidos pelo homem

Talvez possamos salvar as baleias – ou pelo menos a audição delas. Cientistas acreditaram por muito tempo que ruídos subaquáticos produzidos pelo homem – oriundos de motores, sonares, testes de armas e de ferramentas industriais como canhões de ar, utilizados na exploração de petróleo e gás – provocavam surdez nas baleias e outros mamíferos marinhos. A Marinha estima que os fortes barulhos provocados apenas pelos seus dispositivos de escuta subaquáticos, principalmente os sonares, resultam em perda auditiva temporária ou permanente em mais de 250 mil criaturas marinhas todos os anos, um número que está aumentando.


Agora, os cientistas descobriram que as baleias podem diminuir a sensibilidade da audição para proteger os ouvidos de ruídos altos. Os seres humanos costumam fazer isso com os dedos indicadores; os cientistas ainda não descobriram como as baleias o fazem, mas identificaram um primeiro indício desse comportamento.

“É o equivalente a colocar um protetor nos ouvidos quando um jato está sobrevoando”, disse Paul E. Nachtigall, biólogo marinho da Universidade do Havaí que liderou a equipe que fez a descoberta. “É como um controle de volume.”

A descoberta, mesmo que preliminar, já está aumentando as expectativas de desenvolver sinais de advertência que alertem baleias, golfinhos e outros mamíferos marinhos para perigos auditivos.

Peter Madsen, professor de biologia marinha da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, disse aplaudir o time havaiano por sua “pesquisa elegante” e a promessa de formas inovadoras de “abordar alguns dos problemas do barulho”. Contudo, pediu cautela quanto a permitir que a descoberta diminua iniciativas de reduzir o barulho no oceano em todo o mundo, as quais ajudariam mais diretamente os mamíferos marinhos que estão sendo perturbados.

A ameaça de ruído surge por conta das propriedades básicas de água do mar. Normalmente, a luz pode viajar por centenas de metros pela água do oceano antes de se extinguir. Mas o som pode viajar por centenas de quilômetros.

Os oceanos do mundo foram ficando mais barulhentos com a expansão das atividades submarinas das empresas e dos governos. Os pesquisadores já associaram a crescente balbúrdia à surdez, deterioração de tecidos dos animais, encalhes em massa e desorientação de criaturas que dependem da audição para se guiar, encontrar comida e cuidar dos filhotes.

O perigo virou um joguete político. Em 2008, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos julgou uma ação movida pelo Conselho de Defesa de Recursos Nacionais contra a Marinha sobre o ruído produzido no oceano; o tribunal determinou que os navios de guerra têm direito de testar os sistemas de sonar de submarinos de caça. Contundo, os ambientalistas viram uma vitória tácita mesmo no fato de o mais alto tribunal da nação ter chegado a considerar a saúde dos mamíferos marinhos em um debate sobre a segurança nacional.

O mais recente acontecimento ligado ao assunto ocorreu em um centro de pesquisa perto de Oahu – localizado em uma ilha onde as imagens de abertura de “A Ilha dos Birutas” foram filmadas.

Lá há cientistas estudando o modo como os golfinhos e as baleias dentadas ouvem. Na natureza, os mamíferos emitem sons e escutam o retorno de ecos em um comportamento sensorial conhecido como ecolocalização. Em cativeiro, os cientistas ensinaram as criaturas a usar eletrodos de sucção que revelaram os padrões das ondas cerebrais implicadas na audição.

A descoberta foi se revelando em etapas. Primeiro, Nachtigall e sua equipe descobriram que os animais conseguem ajustar a audição como uma forma de reação aos altos sons da ecolocalização produzidos por eles mesmos, que são principalmente estalidos agudos. Os cientistas então se perguntaram se os animais também poderiam proteger os ouvidos das explosões que surgem.

A equipe se concentrou em uma falsa baleia assassina chamada Kina e procurou ensinar a ela um comportamento condicionado semelhante à forma como Pavlov ensinou os cães a salivarem quando escutassem um sino.

Primeiro, os cientistas tocaram um som suave repetidamente. Em seguida, acompanharam esse pulso delicado com um som alto. Depois de alguns testes, o sinal de alerta, por si só, fez com que Kina diminuísse a sensibilidade da audição.

“Isso é promissor como uma forma de mitigar os efeitos de sons altos”, disse Nachtigall, diretor-fundador do Programa de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade do Havaí. “As pessoas normalmente ficam muito animadas com isso.”

Em maio, Nachtigall e seus colegas apresentaram suas descobertas a cientistas e grupos especializados em acústica reunidos em Hong Kong, incluindo a Sociedade Americana de Acústica. A equipe citou a proteção contra o ensurdecimento como um caminho possível para ajudar os mamíferos marinhos a lidarem com explosões barulhentas de sonares navais, pistolas de ar civis e outros equipamentos.

No futuro, a equipe pretende expandir a pesquisa para outras espécies que vivem em cativeiro e, finalmente, para os animais em estado selvagem.

“Temos um problema no mundo”, disse Nachtigall sobre os ruídos disparados no oceano. “E nós acreditamos que os animais podem aprender a reagir a ele muito rapidamente.”

Cientistas que não estiveram envolvidos com a pesquisa com os mamíferos a consideraram importante.

“É um grande acontecimento”, disse Vincent M. Janik, respeitado biólogo marinho da Universidade de St. Andrews, na Escócia. Por e-mail, ele disse que a pesquisa revelou uma habilidade rara entre as criaturas do planeta.

Carl Safina, presidente do Instituto Blue Ocean, um grupo preservacionista de Cold Spring Harbor, Nova York, considera a descoberta uma possível maneira de observar o que os mamíferos marinhos já fazem em algumas ocasiões para proteger a sua audição.

“Eu às vezes me perguntava por que esses sons de alta intensidade não causam problemas sempre”, disse ele em uma entrevista. “Talvez seja isso; assim que os animais ouvem algo muito alto, eles conseguem ajustar a audição – modular o volume e se proteger.”

Os cientistas dizem que a audição extraordinária dos mamíferos marinhos evoluiu de modo a compensar a má visibilidade sob as ondas, fazendo com que eles se beneficiem das qualidades únicas da água do mar. O som viaja cinco vezes mais rápido na água do que no ar e sofre uma diminuição muito menor.

A cabeça das baleias e dos golfinhos é um labirinto de câmaras de ressonância e lentes acústicas que proporciona aos animais não só uma audição extraordinária, mas também vozes complexas. As canções distintas das baleias jubarte parecem ser cantadas apenas por machos em busca de fêmeas.

Nas últimas décadas, os cientistas associaram a cacofonia humana à redução das vocalizações dos mamíferos, o que sugere um declínio na alimentação e reprodução. E o problema está prestes a piorar: em maio, a Marinha divulgou notas preliminares sobre o impacto ambiental (provenientes de operações no oceano Atlântico e Pacífico) que indicam que as expansões planejadas podem vir a aumentar as perdas auditivas entre os mamíferos marinhos para mais de um milhão a cada ano.

Recentemente, Zak Smith, advogado do Conselho de Defesa de Recursos Nacionais chamou as novas estimativas de “estarrecedoras”.

Para Nachtigall, saber se os níveis de proteção contra a surdez encontrados na baleia Kina podem ser elevados é uma questão científica. A equipe pretende estudar a reação auditiva em espécies como os golfinhos nariz-de-garrafa e as baleias beluga antes de fazer experiências junto a populações que vivem em meio natural.

O grande obstáculo político é a obtenção de financiamento, disse ele. O apoio federal para a pesquisa de mamíferos marinhos diminuiu nos últimos anos, e a iniciativa privada está apenas começando a demostrar interesse pela descoberta.

“Eu estou arrecadando dinheiro onde posso”, observou ele. Nachtigall diz que a pesquisa foi cara porque os mamíferos marinhos necessitam de cuidados extremos.

Para ele, porém, o estudo foi revelador e gratificante. “Estamos apenas começando a entender os processos sonoros ligados às baleias”, disse Nachtigall.

Em setembro de 2002, mais de uma dúzia de baleias-bicudas encalharam nas Ilhas Canárias. Equipes de resgate tentaram levar água aos animais encalhados e mantê-los frescos. Ainda assim, todos morreram.

Perto dali, as forças navais da OTAN estavam testando dispositivos sonares para detectar submarinos inimigos, e a divulgação das mortes acabou por reforçar as suspeitas de uma ligação entre o sofrimento das baleias e os altos ruídos emitidos no oceano.

A teoria diz que os mamíferos tentam escapar do barulho disparado nas profundezas do mar, correm para a superfície e, em alguns casos, acabam encalhando. (As baleias-bicudas parecem golfinhos enormes; não se sabe muito a respeito delas pelo fato de mergulharem até profundidades extremas e conseguirem ficar debaixo das ondas durante mais de uma hora antes de virem à superfície para respirar.)

Por décadas, os ambientalistas têm trabalhado para reduzir o barulho submarino – geralmente com pouco sucesso, dada a crescente industrialização e militarização dos oceanos. Eles entraram com ações na justiça e empreenderam campanhas de redação de cartas, incluindo uma recente petição que pede que a Marinha abandone o teste de equipamentos de som submarinos.

A descoberta de que as baleias podem diminuir a sensibilidade da audição para proteger os ouvidos dos ruídos altos, feita pelos biólogos do Havaí, acrescenta uma outra dimensão ao debate.

Michael Jasny, analista sênior de políticas do Conselho de Defesa de Recursos Nacionais , que tem sede em Nova York, considera a pesquisa havaiana fascinante. Ele disse esperar que ela tenha eficácia na proteção da audição das baleias frente a ameaças como os sonares militares.

Ele, porém, caracterizou a descoberta como um trabalho em andamento que colocou muitas perguntas ainda sem resposta.

“É necessário pesquisar muito mais”, disse ele em entrevista. “O estudo poderia ser replicado na natureza? Essa é uma pergunta extremamente importante.”

Para Jasny, mesmo que as baleias possam aprender a dessensibilizar a audição para fins de prevenção, isso abordaria apenas uma parte relativamente pequena do problema do barulho nos oceanos.

“É importante entender que o método proposto tem limites”, disse ele. “Não se trata de uma solução mágica.”

(Fonte: Portal iG)

Baleias-francas viram atração em praia de Florianópolis/SC

Quatro baleias-francas chamaram a atenção no final da tarde deste sábado na praia do Morro das Pedras, localizada na região sul de Florianópolis. Até o momento, 2012 é o ano com o maior registro de presença da espécie na costa brasileira.


O grupo formado por dois animais adultos e dois filhotes se aproximou bastante da praia e fez a alegria de moradores locais e turistas. Os filhotes estavam se alimentando, mas em várias oportunidades bateram com a cauda na superfície da água e deixaram as nadadeiras à mostra.

Muita gente aproveitou para fotografar os “acenos” das baleias-francas. No final da tarde, o público se aglomerou na praia para observar os animais. “Não é a primeira vez que vejo, mas todas as vezes são sempre emocionantes. Não sei explicar por quê, mas acho que é por ser um contato mais direto com a natureza”, afirma Camila Cristina Alves, 36 anos.

O número de baleias-francas avistado no litoral de Santa Catarina este ano é considerado recorde. De acordo com os dados do Projeto Baleia Franca (PBF), até o final de julho foram observados 103 animais, sendo que 32 deles eram filhotes. É o maior número de animais registrados desde 2002, quando o PBF iniciou os sobrevoos de monitoramento. A presença é bem superior do que o recorde anterior, observado em julho de 2009: 61 animais.

(Fonte: Portal Terra)

terça-feira, 31 de julho de 2012

Projeto Orla capacita instrutores

Capacitar instrutores para atuar na gestão da orla brasileira e promover o uso sustentável dos recursos naturais e da ocupação dos espaços litorâneos são os objetivos do Curso de Capacitação de Instrutores do Projeto Orla, que começa nesta segunda-feira (30/07), no Rio, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente com o apoio do Instituto Estadual de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Essa, que é a terceira edição do curso, irá capacitar 50 instrutores das regiões Sul e Sudeste, incluindo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio e Espírito Santo.


“Além de multiplicadores, os novos instrutores irão suprir gargalo do Projeta Orla, que necessita de capacitação técnica para chegar a todos os municípios litorâneos”, explica a responsável pela Gerência Costeira do Departamento de Zoneamento Territorial da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (SEDR/MMA), Leila Swerts.

O Brasil possui aproximadamente 400 municípios costeiros e atualmente 80 deles participam em alguma fase do projeto. “A expectativa é que novos municípios sejam alcançados para implantação do projeto, e para tanto, há necessidade de garantir um número considerável de instrutores habilitados para realizar as oficinas para a elaboração do Plano de Gestão Integrada da Orla”, acrescentou Leila.

Na prática, cada instrutor formado pelo curso estará apto a discutir, defender e tratar de assuntos ligados à questão costeira, capacidade de mediar conflitos, condições de trabalhar em equipe e conhecimentos sobre legislação ambiental e patrimonial. “É como se fossem educadores ambientais, que irão formar uma rede estadual de instrutores do Projeto Orla com o compromisso em multiplicar os fundamentos do projeto”, explica.

Uso sustentável – O Projeto Orla é uma ação conjunta entre o MMA, por meio da SEDR, e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no âmbito da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Suas ações buscam o ordenamento dos espaços litorâneos sob domínio da União, aproximando as políticas ambiental e patrimonial, com ampla articulação entre as três esferas de governo e a sociedade. Entre os objetivos estão o fortalecimento da capacidade de atuação e articulação de diferentes atores do setor público e privado na gestão integrada da orla, de forma a aperfeiçoar o arcabouço normativo para o ordenamento de uso e ocupação desse espaço.

Além do desenvolvimento de mecanismos de participação e controle social para sua gestão integrada e valorização de ações inovadoras de gestão voltadas ao uso sustentável dos recursos naturais e da ocupação dos espaços litorâneos. “Dessa forma, o projeto busca responder a uma série de desafios como reflexo da fragilidade dos ecossistemas da orla, do crescimento do uso e ocupação de forma desordenada e irregular, do aumento dos processos erosivos e de fontes contaminantes”, afirma Leila.

Programação - Durante o primeiro dia do curso (30/07), os alunos conheceram as metas e objetivos do Projeto Orla, o arcabouço legal e institucional da zona costeira, a caracterização dos terrenos de marinha, quais os instrumentos de gestão patrimonial e como funcionam os processos de regularização fundiária em áreas de interesse social. No segundo dia de atividades (31/07), assuntos como o papel dos instrutores para fomentar a participação cidadã do Projeto Orla, metodologias utilizadas no projeto e aspectos metodológicos para elaboração de um plano de gestão integrada do Projeto Orla.

No terceiro dia de atividades (01/08), os instrutores participarão de dinâmicas e apresentarão planos de gestão integrada, elaborados por ele, durante as oficinas. No quarto dia da programação do curso, os alunos participarão de uma saída de campo para as praias oceânicas do município de Niterói (Praia de Itaipu), onde serão realizadas a delimitação da orla municipal, classificação preliminar de trechos da orla e a caracterização das áreas quanto à legalização ambiental e patrimonial. Após as visitas a campo, serão analisados e discutidos os planos de gestão integrada, para, posteriormente, sua legitimação para composição de um novo comitê do Projeto Orla.
 
 (Fonte: Sophia Gebrim/MMA)

Exposição ‘Vida Marinha’ revela belezas dos oceanos

Especialista em fotografia subaquática, o mergulhador Ary Amarante exibirá, a partir de 01/08, parte do seu trabalho na exposição Vida Marinha, que está sendo montada no Aquário de São Paulo, localizado na capital paulista.


A mostra contará com mais de 30 fotografias do profissional, que, muito além das belezas do mundo subaquático, pretende mostrar aos visitantes a importância dos oceanos para a regulação do clima, a geração de renda da população, as pesquisas científicas e, até mesmo, para a arte, já que o mar é uma grande fonte de inspiração para músicos, escritores e pintores, entre outros.

A exposição estará aberta ao público de segunda a domingo, das 9h às 18h, até 31/08. Para conferir a mostra é preciso comprar ingresso para o Aquário. Algumas atrações têm entrada cobrada à parte.

(Fonte: Exame.com)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Baleias diminuem sensibilidade da audição para proteger ouvidos de ruídos produzidos pelo homem

Talvez possamos salvar as baleias – ou pelo menos a audição delas.


Os cientistas acreditaram por muito tempo que os ruídos subaquáticos produzidos pelo homem – oriundos de motores, sonares, testes de armas e de ferramentas industriais como canhões de ar, utilizados na exploração de petróleo e gás – provocavam surdez nas baleias e outros mamíferos marinhos. A Marinha estima que os fortes barulhos provocados apenas pelos seus dispositivos de escuta subaquáticos, principalmente os sonares, resultam em perda auditiva temporária ou permanente em mais de 250 mil criaturas marinhas todos os anos, um número que está aumentando.

Agora, os cientistas descobriram que as baleias podem diminuir a sensibilidade da audição para proteger os ouvidos de ruídos altos. Os seres humanos costumam fazer isso com os dedos indicadores; os cientistas ainda não descobriram como as baleias o fazem, mas identificaram um primeiro indício desse comportamento.

“É o equivalente a colocar um protetor nos ouvidos quando um jato está sobrevoando”, disse Paul E. Nachtigall, biólogo marinho da Universidade do Havaí que liderou a equipe que fez a descoberta. “É como um controle de volume.”

A descoberta, mesmo que preliminar, já está aumentando as expectativas de desenvolver sinais de advertência que alertem baleias, golfinhos e outros mamíferos marinhos para perigos auditivos.

Peter Madsen, professor de biologia marinha da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, disse aplaudir o time havaiano por sua “pesquisa elegante” e a promessa de formas inovadoras de “abordar alguns dos problemas do barulho”. Contudo, pediu cautela quanto a permitir que a descoberta diminua iniciativas de reduzir o barulho no oceano em todo o mundo, as quais ajudariam mais diretamente os mamíferos marinhos que estão sendo perturbados.

A ameaça de ruído surge por conta das propriedades básicas de água do mar. Normalmente, a luz pode viajar por centenas de metros pela água do oceano antes de se extinguir. Mas o som pode viajar por centenas de quilômetros.

Os oceanos do mundo foram ficando mais barulhentos com a expansão das atividades submarinas das empresas e dos governos. Os pesquisadores já associaram a crescente balbúrdia à surdez, deterioração de tecidos dos animais, encalhes em massa e desorientação de criaturas que dependem da audição para se guiar, encontrar comida e cuidar dos filhotes.

O perigo virou um joguete político. Em 2008, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos julgou uma ação movida pelo Conselho de Defesa de Recursos Nacionais contra a Marinha sobre o ruído produzido no oceano; o tribunal determinou que os navios de guerra têm direito de testar os sistemas de sonar de submarinos de caça. Contundo, os ambientalistas viram uma vitória tácita mesmo no fato de o mais alto tribunal da nação ter chegado a considerar a saúde dos mamíferos marinhos em um debate sobre a segurança nacional.

O mais recente acontecimento ligado ao assunto ocorreu em um centro de pesquisa perto de Oahu – localizado em uma ilha onde as imagens de abertura de “A Ilha dos Birutas” foram filmadas.

Lá há cientistas estudando o modo como os golfinhos e as baleias dentadas ouvem. Na natureza, os mamíferos emitem sons e escutam o retorno de ecos em um comportamento sensorial conhecido como ecolocalização. Em cativeiro, os cientistas ensinaram as criaturas a usar eletrodos de sucção que revelaram os padrões das ondas cerebrais implicadas na audição.

A descoberta foi se revelando em etapas. Primeiro, Nachtigall e sua equipe descobriram que os animais conseguem ajustar a audição como uma forma de reação aos altos sons da ecolocalização produzidos por eles mesmos, que são principalmente estalidos agudos. Os cientistas então se perguntaram se os animais também poderiam proteger os ouvidos das explosões que surgem.

A equipe se concentrou em uma falsa baleia assassina chamada Kina e procurou ensinar a ela um comportamento condicionado semelhante à forma como Pavlov ensinou os cães a salivarem quando escutassem um sino.

Primeiro, os cientistas tocaram um som suave repetidamente. Em seguida, acompanharam esse pulso delicado com um som alto. Depois de alguns testes, o sinal de alerta, por si só, fez com que Kina diminuísse a sensibilidade da audição.

“Isso é promissor como uma forma de mitigar os efeitos de sons altos”, disse Nachtigall, diretor-fundador do Programa de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade do Havaí. “As pessoas normalmente ficam muito animadas com isso.”

Em maio, Nachtigall e seus colegas apresentaram suas descobertas a cientistas e grupos especializados em acústica reunidos em Hong Kong, incluindo a Sociedade Americana de Acústica. A equipe citou a proteção contra o ensurdecimento como um caminho possível para ajudar os mamíferos marinhos a lidarem com explosões barulhentas de sonares navais, pistolas de ar civis e outros equipamentos.

No futuro, a equipe pretende expandir a pesquisa para outras espécies que vivem em cativeiro e, finalmente, para os animais em estado selvagem.

“Temos um problema no mundo”, disse Nachtigall sobre os ruídos disparados no oceano. “E nós acreditamos que os animais podem aprender a reagir a ele muito rapidamente.”

Cientistas que não estiveram envolvidos com a pesquisa com os mamíferos a consideraram importante.

“É um grande acontecimento”, disse Vincent M. Janik, respeitado biólogo marinho da Universidade de St. Andrews, na Escócia. Por e-mail, ele disse que a pesquisa revelou uma habilidade rara entre as criaturas do planeta.

Carl Safina, presidente do Instituto Blue Ocean, um grupo preservacionista de Cold Spring Harbor, Nova York, considera a descoberta uma possível maneira de observar o que os mamíferos marinhos já fazem em algumas ocasiões para proteger a sua audição.

“Eu às vezes me perguntava por que esses sons de alta intensidade não causam problemas sempre”, disse ele em uma entrevista. “Talvez seja isso; assim que os animais ouvem algo muito alto, eles conseguem ajustar a audição – modular o volume e se proteger.”

Os cientistas dizem que a audição extraordinária dos mamíferos marinhos evoluiu de modo a compensar a má visibilidade sob as ondas, fazendo com que eles se beneficiem das qualidades únicas da água do mar. O som viaja cinco vezes mais rápido na água do que no ar e sofre uma diminuição muito menor.

A cabeça das baleias e dos golfinhos é um labirinto de câmaras de ressonância e lentes acústicas que proporciona aos animais não só uma audição extraordinária, mas também vozes complexas. As canções distintas das baleias jubarte parecem ser cantadas apenas por machos em busca de fêmeas.

Nas últimas décadas, os cientistas associaram a cacofonia humana à redução das vocalizações dos mamíferos, o que sugere um declínio na alimentação e reprodução. E o problema está prestes a piorar: em maio, a Marinha divulgou notas preliminares sobre o impacto ambiental (provenientes de operações no oceano Atlântico e Pacífico) que indicam que as expansões planejadas podem vir a aumentar as perdas auditivas entre os mamíferos marinhos para mais de um milhão a cada ano.

Recentemente, Zak Smith, advogado do Conselho de Defesa de Recursos Nacionais chamou as novas estimativas de “estarrecedoras”.

Para Nachtigall, saber se os níveis de proteção contra a surdez encontrados na baleia Kina podem ser elevados é uma questão científica. A equipe pretende estudar a reação auditiva em espécies como os golfinhos nariz-de-garrafa e as baleias beluga antes de fazer experiências junto a populações que vivem em meio natural.

O grande obstáculo político é a obtenção de financiamento, disse ele. O apoio federal para a pesquisa de mamíferos marinhos diminuiu nos últimos anos, e a iniciativa privada está apenas começando a demostrar interesse pela descoberta.

“Eu estou arrecadando dinheiro onde posso”, observou ele. Nachtigall diz que a pesquisa foi cara porque os mamíferos marinhos necessitam de cuidados extremos.

Para ele, porém, o estudo foi revelador e gratificante. “Estamos apenas começando a entender os processos sonoros ligados às baleias”, disse Nachtigall.

Descoberta colabora com a discussão sobre como reduzir o ruído submarino

Em setembro de 2002, mais de uma dúzia de baleias-bicudas encalharam nas Ilhas Canárias. Equipes de resgate tentaram levar água aos animais encalhados e mantê-los frescos. Ainda assim, todos morreram.

Perto dali, as forças navais da OTAN estavam testando dispositivos sonares para detectar submarinos inimigos, e a divulgação das mortes acabou por reforçar as suspeitas de uma ligação entre o sofrimento das baleias e os altos ruídos emitidos no oceano.

A teoria diz que os mamíferos tentam escapar do barulho disparado nas profundezas do mar, correm para a superfície e, em alguns casos, acabam encalhando. (As baleias-bicudas parecem golfinhos enormes; não se sabe muito a respeito delas pelo fato de mergulharem até profundidades extremas e conseguirem ficar debaixo das ondas durante mais de uma hora antes de virem à superfície para respirar.)

Por décadas, os ambientalistas têm trabalhado para reduzir o barulho submarino – geralmente com pouco sucesso, dada a crescente industrialização e militarização dos oceanos. Eles entraram com ações na justiça e empreenderam campanhas de redação de cartas, incluindo uma recente petição que pede que a Marinha abandone o teste de equipamentos de som submarinos.

A descoberta de que as baleias podem diminuir a sensibilidade da audição para proteger os ouvidos dos ruídos altos, feita pelos biólogos do Havaí, acrescenta uma outra dimensão ao debate.

Michael Jasny, analista sênior de políticas do Conselho de Defesa de Recursos Nacionais , que tem sede em Nova York, considera a pesquisa havaiana fascinante. Ele disse esperar que ela tenha eficácia na proteção da audição das baleias frente a ameaças como os sonares militares.

Ele, porém, caracterizou a descoberta como um trabalho em andamento que colocou muitas perguntas ainda sem resposta.

“É necessário pesquisar muito mais”, disse ele em entrevista. “O estudo poderia ser replicado na natureza? Essa é uma pergunta extremamente importante.”

Para Jasny, mesmo que as baleias possam aprender a dessensibilizar a audição para fins de prevenção, isso abordaria apenas uma parte relativamente pequena do problema do barulho nos oceanos.

“É importante entender que o método proposto tem limites”, disse ele. “Não se trata de uma solução mágica.”

(Fonte: UOL)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Poli aponta solução para descarte de esgoto no mar de Santos

Após quatro anos de pesquisas, o oceanógrafo Eduardo Lucas Subtil apresenta em estudo um sistema ideal para o pré-tratamento do esgoto lançado pelo emissário submarino de Santos. “O mais viável, pensando na relação custo e benefício e sustentabilidade ambiental, seria o chamado primário avançado, ou seja, após a remoção de sólidos de grande tamanho, aplicam-se produtos químicos específicos que por processos físico-químicos removeriam os sólidos suspensos e outros elementos, como o fósforo”, descreve.


O emissário oceânico de Santos utiliza o sistema de do tipo preliminar, ou seja, faz um peneiramento, retirando as partículas mais grossas da água, lançando o restante no oceano. “Com a quantidade cada vez maior de vazão, o tratamento preliminar do esgoto não é suficiente para evitar que ocorra aumento na concentração de fósforo, um ingrediente básico de detergentes, na água do mar, provocando crescimento de algas, contaminação e morte de peixes e espécies vegetais, além de odores desagradáveis”, explica o oceanógrafo, que apresentou a sugestão em seu estudo de doutorado apresentado no Departamento de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica (Poli) da USP. Instalado em 1978, o emissário é o mais antigo do Estado e um dos mais importantes. Atende a uma população de cerca de um milhão de pessoas na Baixada Santista.

Para Subtil, “a remoção de sólidos suspensos combinada com a aplicação de produtos químicos específicos resolveria o problema, até agora tratado muito superficialmente”.

Poder público – O descarte do esgoto na natureza deveria ser uma das prioridades do poder público pelas implicações que acarreta ao meio ambiente e também à saúde humana. Com exceção de emissários clandestinos, que despejam na água de rios, lagos e mares esgotos sem nenhum tipo de tratamento, os emissários oficiais e privados (Sabesp, Petrobras) os condicionam com o objetivo de descartá-los com a menor quantidade possível de impurezas, deixando o restante para a natural dispersão e assimilação na água.

De acordo com José Carlos Mierzwa, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Poli, pesquisar as melhores maneiras de tratar o esgoto antes de descartá-lo não é uma exclusividade brasileira: “O pesquisadores do mundo todo buscam as melhores soluções, mas Subtil teve o mérito de fazer o caminho inverso, ou seja, partiu de uma situação ideal, a água mais limpa possível, e retrocedeu até achar o melhor e factível sistema, uma solução que pode servir de parâmetro para situações semelhantes”.

Além do preliminar e do primário, há outros dois tipo de sistema, o secundário e o terciário. Cada um promove uma limpeza mais apurada do esgoto, mas o custo acaba sendo muito alto, conforme o nível de limpeza. “No caso do tratamento secundário, ocorre remoção de matéria orgânica, mas não resolveria o problema do fósforo. Por outro lado, apesar de o tratamento terciário remover matéria orgânica e fósforo, a área necessária para instalação desse tratamento é mais do que o dobro do tratamento primário avançado, por isso consideramos o sistema primário avançado como o mais adequado”, justifica o oceanógrafo.

Além da questão do espaço, o ingrediente financeiro relacionado com a operação do sistema de tratamento fortalece ainda mais a escolha de Subtil. “Como parâmetro, uma estação que trabalhe só com tratamento preliminar custa cerca de US$ 5 milhões ao ano para uma vazão de 4 metros cúbicos (m³) por segundo de água. Pular para o secundário significaria um custo de operação oito vezes maior, enquanto que o tratamento primário representaria um custo cinco vezes maior que o preliminar”, explica Subtil.

O professor Mierzwa conta que um emissário que atingisse áreas mais profundas do oceano também ajudaria a resolver o problema em Santos. “A costa brasileira chega, em média a 10 metros de profundidade e seria necessário um emissário muito maior que o atual, que chega a 4,5 km de distância, o que também seria inviável economicamente”, pondera o especialista.

O pós-graduando fez parte de seu estudo na Universidade de Cantabria, na cidade espanhola de Santander. Lá são realizadas pesquisas semelhantes de tratamento de esgotos. Paralelamente, manteve contatos com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que o ajudou a levantar dados para as pesquisas interessada também em obter informações mais precisas visando readequações nas estações de tratamento do Estado.

Na opinião do pesquisador, além de mudança na legislação e na parte técnica, o controle de poluentes despejados nos ambientes aquáticos deve levar em conta também aspectos culturais. “Tanto o poder público como a iniciativa privada devem buscar alternativas para o consumo de água, como o reúso, por exemplo, diminuindo a quantidade de líquido descartado em rios, lagos e oceanos”, sugere Subtil.

(Fonte: Agência USP)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

‘Fertilização’ de oceano pode ajudar a conter aquecimento global, diz estudo

Um novo experimento busca “fertilizar” os oceanos com sulfato de ferro para favorecer a proliferação de fitoplâncton – organismos microscópicos, como algas, que vivem próximo à superfície e servem de alimento para muitos animais. O objetivo é fazer com que esses seres capturem o gás carbônico (CO2) do fundo do mar e possam se tornar uma eventual maneira de combater o aquecimento global.


A pesquisa está descrita na revista “Nature” desta semana e foi feita durante cinco semanas na Antártica. O trabalho é considerado pelos autores uma das provas mais detalhadas da fertilização dos oceanos, prática proibida pela legislação internacional, mas liberada para fins científicos.

De acordo com o pesquisador Michael Steinke, da Universidade de Essex, no Reino Unido, o fitoplâncton faz fotossíntese assim como as plantas em terra firme, armazenando CO2 e liberando O2, o que ajudaria a manter a temperatura ambiente.

Segundo os estudiosos, a proliferação de algas unicelulares chamadas diatomáceas atingiu o pico um mês após o início da experiência. Posteriormente, houve uma significativa mortalidade dessa espécie, o que formou uma massa viscosa, incluindo material fecal do zooplâncton – como peixes, crustáceos e águas vivas –, que rapidamente submergiu para o fundo do oceano.

Os autores dizem que pelo menos metade dessa biomassa já deve ter ultrapassado 1 km de profundidade e uma porção chegou às profundezas. Depois que o fitoplâncton morre, pode ficar por vários anos preso aos sedimentos no fundo do mar.

Apesar da descoberta, Steinke acredita que a técnica não será usada em larga escala para amenizar a mudança climática, pois encontrar o lugar adequado para esses trabalhos é difícil e custa caro.

Em 2007, especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) alertaram sobre os riscos dessa técnica, especialmente para o ambiente marinho, um aspecto ausente no estudo publicado esta semana.

Em outra pesquisa, feita em 2004 nos mares do sul por uma equipe liderada pelo cientista Victor Smetacek, do Instituto de Investigação Marítima, em Bremerhaven, na Alemanha, não foi possível avaliar com precisão a duração dessa captura de CO2.

(Fonte: Globo Natureza)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pesca excessiva ameaça 30% das populações de peixes, afirma ONU

Relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) informou que a comunidade internacional tem que fazer mais para garantir a pesca sustentável no mundo e alertou que quase 30% das populações de peixes correm risco de desaparecer devido à pesca excessiva.


No documento, divulgado nesta segunda-feira (9), a entidade afirma que muitas das populações marinhas, mesmo aquelas já monitoradas pela FAO, continuam sofrendo uma grande pressão. “A superexploração não afeta somente de forma negativa o meio ambiente, mas também reduz a produção pesqueira, com efeitos negativos sociais e econômicos”.

Segundo a agência da ONU, para aumentar a contribuição da pesca marinha à segurança alimentar, às economias e ao bem-estar das comunidades costeiras, é necessário aplicar planos eficazes para reestabelecer as populações de peixes afetados pela sobrepesca.

De acordo com estatísticas apresentadas pelo órgão, cerca de 57% dos peixes estão totalmente explorados (ou seja, o limite sustentável já está próximo de ser atingido) e apenas 13% não estão totalmente explorados. “É necessário fortalecer a governança e ordenar de forma eficaz a pesca”, disse.

Dados da FAO de 2012 mostram que o setor pesqueiro produziu a cifra recorde de 128 milhões de toneladas de pescado para consumo humano – uma média de 18,4 kg por pessoa – proporcionando 15% da ingestão de proteína animal a mais de 4,3 milhões de pessoas. Além disso, o setor emprega atualmente 55 milhões de pessoas.

O relatório da ONU sustenta que o fomento à pesca e à piscicultura sustentáveis pode incentivar a administração de ecossistemas em larga escala e defende mecanismos como a adoção de um sistema de pesca e aquicultura mais justos e responsáveis.

Proteção dos oceanos foi tema da Rio+20 – A proteção à biodiversidade marinha foi um dos principais temas debatidos pelos 188 países reunidos durante a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho.

Um dos resultados definidos no documento “O futuro que queremos”, fruto das negociações diplomáticas, é a adoção de um novo instrumento internacional sob a Convenção da ONU sobre os Direitos do Mar (Unclos), para uso sustentável da biodiversidade e conservação em alto mar.

O documento prevê ainda, entre outras medidas, a criação de um fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável dentro da ONU, além de reafirmar um dos Princípios do Rio, criado em 1992, sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Este princípio significa que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos.

Outra medida aprovada é o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Pnuma) e o estabelecimento da erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta. Para isso, o documento recomenda que “o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais”, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento.

Esse sistema atuaria para facilitar o encontro entre países interessados e potenciais parceiros, ceder ferramentas para a aplicação de políticas de desenvolvimento sustentável, fornecer bons exemplos de políticas nessas áreas e informar sobre metodologias para avaliar essas políticas.

(Fonte: Globo Natureza)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Nordeste terá 1ª indústria do Brasil de combustível feito com algas marinhas

O estado de Pernambuco, no Nordeste, deve receber a partir do último trimestre de 2013 a primeira planta industrial de biocombustível produzido com algas marinhas, que promete contribuir na redução do envio de CO2 à atmosfera.


O projeto, uma parceria entre o grupo brasileiro JB, produtor de etanol no Nordeste, e a empresa See Algae Technology (SAT), da Áustria, contará com investimento de 8 milhões de euros (R$ 19,8 milhões) para montar em Vitória de Santo Antão – a 53 km de Recife – uma fazenda vertical de algas geneticamente modificadas e que vão crescer com a ajuda do sol e de emissões de dióxido de carbono (CO2)

Segunda a empresa, é a primeira vez no mundo que este tipo de combustível será fabricado e comercializado. Atualmente, a tecnologia só é desenvolvida para fins científicos. Laboratórios dos Estados Unidos e até mesmo do Brasil já pesquisam a respeito.

No caso da usina pernambucana, o biocombustível será produzido com a ajuda do carbono proveniente da produção de etanol, evitando que o gás poluente seja liberado na atmosfera e reduzindo os efeitos da mudança climática.

De acordo com Rafael Bianchini, diretor da SAT no Brasil, a unidade terá capacidade de produzir 1,2 milhão de litros de biodiesel ou 2,2, milhões de litros de etanol ao ano a partir de um hectare de algas plantadas.

O produto resultante poderá substituir, por exemplo, o biodiesel de soja, dendê, palma ou outros itens que podem ser utilizados na indústria alimentícia aplicado no diesel – atualmente 5% do combustível é biodiesel.

“É uma reciclagem [do CO2 emitido] e transformação em combustível. Um hectare de algas consome 5 mil toneladas de dióxido de carbono ao ano. O CO2, que é o vilão do clima, passa a ser matéria-prima valorizada”, explica Bianchini.

Mas como funciona? – Em vez de criações de algas expostas, a SAT planeja instalar módulos fechados com até cinco metros de altura que vão receber por meio de fibra óptica a luz do sol (capturada por placas solares instaladas no teto da usina). Além disso, há a injeção de CO2 resultante do processo de fabricação do etanol de cana.

De acordo com Carlos Beltrão, diretor-presidente do grupo JB, a previsão é que projeto comece a funcionar a partir de 2014 e seja replicado para outra unidade, instalada em Linhares, no Espírito Santo. “Hoje nossa missão é tentar trabalhar e chegar ao carbono zero. Nós produzimos CO2 suficiente para multiplicar esse investimento em dez vezes”, disse Beltrão.

O biocombustível de algas ainda precisa ser aprovado e validado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Bioquímicos – Além dos combustíveis, outros produtos resultantes do processamento de algas marinhas geneticamente modificadas são os bioquímicos como o ácido graxo ômega 3, utilizados pela indústria alimentícia e de cosméticos.

O ômega 3, que contribui para reduzir os níveis de colesterol no corpo humano e combate inflamações, é normalmente encontrado em óleos vegetais ou em peixes.

Com a extração desse ácido das algas processadas e comercialização com empresas brasileiras, Bianchini espera contribuir com a redução da pesca de espécies marinhas que já sofrem com o impacto das atividades predatórias. “Seria uma alternativa para reduzir a sobrepesca e também para não haver mais dependência somente do peixe”, disse.

(Fonte: Globo Natureza)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pentágono se inspira na lagosta ‘com soco mais rápido do mundo’

Um crustáceo está sendo estudado pela Universidade da Califórnia para incrementar a resistência de aeronaves da Força Aérea dos Estados Unidos.


A lagosta-boxeadora (Odontodactylus scyllarus), também conhecida como tamarutaca no Brasil, chama a atenção pelas cores fortes e por sua semelhança ao louva-a-deus.

Por isso, em inglês é chamada de lagosta pavão-louva-deus.

O bicho é conhecido por ter o soco mais rápido do mundo, que mesmo de baixo d’água chega a 72 quilômetros por hora.

A equipe usou microscópios eletrônicos, raios-X, espectroscopia e simulações de computadores para entender a estrutura das patas do crustáceo.

O coordenador da pesquisa, David Kisailus, declarou ao jornal ‘Los Angeles Times’: ‘Nós ficamos impressionados com este ‘cara’, que golpeia as suas vítimas dezenas de milhares de vezes em um período de três a quatro meses sem quebrar a mão.
Por décadas as pessoas estudaram os caracóis como a referência em resistência a impactos. Mas a tamarutaca come eles no jantar’.

O segredo da lagosta-boxeadora é uma pata revestida por três camadas de minerais e fibras que podem absorver repetidos impactos.

A pesquisa foi publicada recentemente na versão online da publicação ‘Science’.

‘Quatro milhões da anos atrás, o crustáceo estava armado com uma lança, mas com o passar do tempo, evoluiu para um taco, capaz de quebrar as carapaças de caranguejos e moluscos… Pensamos que se pudéssemos imitar a estrutura de três camadas, dentro do taco, poderia haver uma aplicação militar’, explicou Kisailus ao jornal britânico ‘Times’.

O periódico revelou que a pesquisa recebeu US$ 600 mil de um fundo da Força Aérea americana e que os pesquisadores já construíram um protótipo feito de alumínio e carbono que se mostrou à prova de bala e mais leve do que materiais usados hoje em dia na fabricação dos caças.
Uma versão para testes militares deve estar pronta em 2015.

(Fonte: G1)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Aumento do nível do mar ameaça o litoral do Atlântico nos Estados Unidos

O nível do mar em uma faixa costeira atlântica nos Estados Unidos, incluindo as cidades de Nova York e Boston, aumenta até quatro vezes mais rapidamente do que a média mundial, segundo um estudo pubicado pela revista Nature Climate Change.


Este fenômeno, vinculado à mudança climática, aumenta o risco de inundações de uma das zonas costeiras mais densamente povoadas e ameaça a biodiversidade das zonas úmidas, segundo o estudo do centro americano de vigilância geológica USGS.

Estas conclusões aparecem quando especialistas do Conselho Nacional de Pesquisa americano afirmaram na sexta-feira que a elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático pode ser duas ou três vezes mais importante que o previsto durante este século.

Desde 1990, ao longo de uma faixa de mil quilômetros da extensão da faixa atlântica dos Estados Unidos examinada pela Nature Climate Change, o nível do mar aumentou de 2 a 3,7 milímetros por ano. Em nível mundial, o aumento é entre 0,6 e 1 milímetro.

Se o aquecimento continuar, o nível do mar nesta parte da costa atlântica poderá aumentar, até 2100, 30 cm, mais que o aumento de 1 m em média em nível mundial calculado pelas projeções científicas.

Em outro estudo publicado pela Nature Climate Change, investigadores europeus vão mais além de 2100: segundo seus cálculos, uma alta das temperaturas de dois graus provocará uma alta de 2,7 m em 2300 em relação ao nível do mar. Limitar o aquecimento a +1,5 graus limitariam esta elevação do nível dos oceanos a 1,5 metros.

O objetivo atual da comunidade internacional é limitar o aquecimento a menos de dois graus em relação à época pré-industrial.

(Fonte: Portal iG)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

ONGs de conservação marítima dizem que faltou compromisso à Rio+20

Membros da High Seas Alliance, parceria de várias organizações que lutam pela conservação dos oceanos, ficaram profundamente desapontados com a decisão de se adiar ação para proteção do alto mar no rascunho do texto final da Rio+20 apresentado nesta terça-feira (19).


Segundo a High Seas Alliance, os negociadores adotaram texto mais fraco do que o que estava sendo discutido nas conferências paralelas entre pesquisadores. Em referência à parte do texto sobre oceanos que aborda uma estrutura de governança esperada há muito tempo, membros da HSA comentaram: “Os negociadores usaram 118 palavras, mas poderiam ter usado apenas quatro, com o mesmo sentido: ‘Não estamos fazendo nada’”, dizia nota.

A High Seas Alliance classificou a coalizão que reuniu Estados Unidos, Canadá, Japão, Venezuela e Rússia como “do contra”. Foi este grupo que pressionou para a Rio+20 não definir sistemas de implantação de proteção marítima, postergando qualquer ação por mais três anos, acusou a organização.

“Não há compromisso. É como dizer para a sua namorada que em três anos você vai se decidir sobre se casar ou não. Não temos tempo para besteiras; os oceanos não têm tempo”, disse Susanna Fuller, membro da organização.

O único motivo para otimismo, segundo a High Seas Alliance, é o tamanho do apoio dado por alguns governos à defesa dos oceanos, o que pode e que continuará após a Rio+20. “Há resultados importantes no texto em relação à pesca, pesca ilegal, subsídios nocivos. Líderes de governo deveriam usar seu espaço para discurso e intervenções aqui no Rio para assumir compromissos firmes de adotar estas decisões e se comprometer com ações urgentes pelos oceanos”, afirmou Sue Lieberman, do Pew Environment Group.

Sobre a Rio+20 – Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De quarta até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
(Fonte: Portal Terra)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Para governo brasileiro, tratado sobre proteção de áreas marinhas é prioridade


O Brasil elevou a proteção dos oceanos a uma de suas prioridades na Rio+20. A presidente Dilma Rousseff deve intervir para eliminar a oposição dos EUA a um acordo.


O tema oceanos será um dos quatro que merecerão atenção específica dos grupos de negociação formados pela presidência brasileira da conferência. Os outros três são os capítulos de financiamento (os chamados “meios de implementação”), objetivos de desenvolvimento sustentável e a reforma das instituições da ONU.

O país propôs na sexta-feira (15) aos delegados uma nova versão do documento “O Futuro que Queremos”. O novo texto tem 56 páginas (antes eram 80). e perdeu os colchetes (parágrafos sobre os quais há discordância entre os países).

O rascunho brasileiro tenta contornar dois nós da negociação. Por um lado, cede aos países desenvolvidos, ao retirar a proposta de fundo de US$ 30 bilhões por ano para o desenvolvimento sustentável. O fundo era proposta do G-77, o grupo dos países em desenvolvimento.

A definição sobre quais serão as fontes de financiamento ficam adiadas para 2014. Segundo o chanceler Antônio Patriota, um comitê intergovernamental de 30 integrantes, a ser nomeado pela ONU, cuidará desse processo.

Por outro lado, o Brasil cedeu ao G-77 ao reafirmar os Princípios do Rio, que incluem as “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. Por esse princípio,acordado durante a Eco-92, cabe aos ricos a maior parte da conta a pagar pela degradação.

O princípio não ganhou uma menção específica no capítulo de finanças, como queria o G-77, mas aparece em dois outros pontos do texto. Os EUA não o queriam em lugar nenhum.

Tratado - O tema oceanos subiu na agenda porque o Brasil o vê como um dos únicos assuntos que poderão ser vendidos à sociedade como um resultado concreto da Rio+20.

A decisão de lançar o embrião de um tratado sobre proteção de áreas marinhas fora das jurisdições nacionais pode virar consenso sem muitas dificuldades. Ajudaria a manter credibilidade do anfitrião e do processo da ONU.

(Fonte: Folha.com)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cientistas pedem que pelo menos 10% do mar seja protegido

O Brasil está longe de atingir as metas internacionais de proteção ao mar na sua área de exploração costeira. De acordo com cientistas reunidos nesta quarta-feira no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, uma espécie de Rio+20 paralela da ciência, menos de 1% da zona de exploração costeira do Brasil está protegida. A taxa está distante das metas internacionais estabelecidas há dois anos pelo Protocolo de Nagoya. O documento define que até 2020 pelo menos 10% da zona de exploração do mar de cada país deve estar protegida. “O problema é não temos avanços. Recentemente adiamos a ampliação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos [entre a Bahia e o Espírito Santo]“, disse o biólogo da USP Carlos Alfredo Joly, coordenador de um programa de pesquisa sobre a biodiversidade paulista financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A expectativa dos cientistas era que o governo sancionasse um projeto que estabelece um mosaico de áreas protegidas marinhas em Abrolhos durante a Rio+20. Mas o processo obrigatório de consultas públicas com a população nas redondezas de Abrolhos sobre a área de proteção foi esticado e depois suspenso em meados de maio. Mais brancos – A principal preocupação dos cientistas são os recifes de corais. O Brasil tem as únicas formações relevantes de recifes de corais do Atlântico Sul e boa parte deles está em Abrolhos. A acidez causada pelo aquecimento das águas e da atividade humana na região prejudica a alimentação dos corais e os deixa mais vulneráveis (o que é visível, pois eles ficam esbranquiçados). “Não temos problemas apenas em Abrolhos. Há regiões do sul e do nordeste do país que também precisam de atenção”, disse a engenheira de pesca Ana Paula Prates, da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. De acordo com ela, a proteção às florestas costuma ganhar mais atenção e ser mais debatida que a proteção ao mar. Somando unidades de conservação, parques nacionais e reservas biológicas, 13% do território terrestre do país é intocável (as metas de Nagoya são de 17%). Gestão de oceanos - Prates destacou também a falta de regulamentação sobre a atividade econômica relacionada ao mar. Hoje, os cientistas estimam que 80% da pesca brasileira seja de espécies super exploradas e estejam em algum risco. A governança dos oceanos será discutida na cúpula da Rio+20, que reunirá chefes de Estado de 20 a 22 de junho. Mas os cientistas estão pouco otimistas. “Na Rio-92 havia uma proposta de convenção de oceanos que não avançou”, disse Joly. (Fonte: Sabine Righetti/Folha.com)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Praias da Baleia e do Sahy se unem em prol de área de proteção em SP

Os frequentadores das badaladas praias da Baleia e Barra do Sahy, no litoral norte de São Paulo, estão prestes a obter uma grande vitória. O projeto desenhado por eles, que cria uma área de proteção ambiental de 1 milhão de m² entre os dois locais, está perto de ser votado na Câmara de São Sebastião. Se aprovado, o parque passa a fazer parte do plano diretor da cidade, o que deixa a efetivação dele mais real. “No município não existe nenhuma área protegida que tenha manguezal, brejo de restinga ou floresta”, explica Andre Waetge, engenheiro agrônomo contratado pelo movimento “Preserve o Litoral Norte” para desenhar tecnicamente o parque. “A área forma um importante corredor ecológico até a região da serra do Mar”, diz. “Nossa ideia é fazer um acordo com a prefeitura e gerenciar essa área”, conta a advogada Fernanda Carbonelli, uma das que encabeçam o movimento pró-verde. “Não haverá desapropriações, por isso o custo para os cofres públicos será zero.” Na visão do grupo de moradores, a área de proteção ambiental vai ser importante para barrar a especulação imobiliária e ajudar 20 famílias de caiçaras que moram ali. “Não dá mais para viver de peixe. A pesca é só para o consumo próprio. De repente, levar turistas para passear pelo rio poderia ser uma boa fonte de renda para nós”, afirma Haroldo Tavares, que mora no local. Segundo Carbonelli, grande parte do parque está em uma zona já preservada pela legislação federal. “Queremos criar mais um empecilho para proteger o local.” Um passeio de barco pelas águas do rio Preto, que desemboca no canto da Barra do Sahy, mostra bem como os luxuosos condomínios da praia da Baleia pressionam o manguezal que existe por lá. Uma das casas, de forma ilegal, tem parte de sua construção sobre um mangue. “Aqui tem importantes espécies de aves e mamíferos. Encontramos registros, inclusive, de uma anta”, diz o engenheiro agrônomo, que passou um mês mapeando toda a fronteira da área. “Apesar de a ideia surgir de um movimento da sociedade, nem todos os moradores da praia da Baleia [interessados em negócios imobiliários, por exemplo] são a favor da criação da área de proteção”, afirma Carbonelli. A Secretaria do Meio Ambiente do Estado enaltece a iniciativa. Só que não apoia de forma categórica o parque. (Fonte: Eduardo Geraque/Folha.com)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

CAMPANHA BOMBARCO Uso consciente do seu barco.
Acesse o link com matérias sobre preserverção da vida marinha da BOMBARCO: http://bombarco.com.br/materias/categoria/vida-marinha?p=1

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Estudo: ’sopa de plástico’ do Pacífico aumenta 100 vezes

O enorme redemoinho de lixo plástico flutuante do norte do Pacífico aumentou 100 vezes nos últimos 40 anos, indica um artigo que será publicado na quarta-feira. Cientistas alertam que a sopa mortal de microplástico – partículas menores que 5 mm – ameaçam alterar o ecossistema marinho. No período entre 1972 e 1987, nenhum microplástico foi encontrado em amostras coletadas para testes, destacou o artigo publicado no periódico Biology Letters, da Royal Society. Mas, atualmente, os cientistas estimam que a massa de lixo conhecida como Giro Subtropical do Norte do Pacífico (NPSG, na sigla em inglês) ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, ocupe uma área correspondente, grosso modo, ao território do Texas. “A abundância de pequenas partículas plásticas produzidas pelo homem no Giro Subtropical do Norte do Pacífico aumentou 100 vezes nas últimas quatro décadas”, destacou um comunicado sobre as descobertas feitas por cientistas da Universidade da Califórnia. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico. As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos. O estudo diz que o NPSG fornece um novo hábitat para insetos oceânicos, denominados “gerrídeos”, que se alimentam de plâncton e ovos de peixes e, por sua vez, viram comida de aves marinhas, tartarugas e peixes. Os insetos, que passam toda a vida no mar, precisam de uma superfície dura onde depositar seus ovos, antes limitada a itens relativamente raros, como madeira flutuante, pedras-pome e conchas marinhas. Se a densidade do microplástico continuar a crescer, o número de insetos aumentará também, alertaram os cientistas, “potencialmente às custas de presas como o zooplâncton e os ovos de peixes”. (Fonte: Portal Terra)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Relatório: mudança climática pode ficar incontrolável em 40 anos. As emissões de dióxido de carbono farão a temperatura média global aumentar 2ºC até 2052, e até 2,8ºC até 2080, já que dificilmente os governos e os mercados tomarão medidas suficientes contra a mudança climática. Um relatório divulgado pelo centro internacional de estudos Clube de Roma, com sede na Suíça, avalia que a mudança climática deve se tornar incontrolável na segunda metade do século se não for contida na primeira metade. O documento estima que a população global atingirá o auge em 2042, com 8,1 bilhão de habitantes, e que o crescimento econômico se desacelerará sensivelmente nas economias avançadas. “É improvável que os governos aprovem as regulamentações necessárias para forçar os mercados a alocarem mais dinheiro para soluções climáticas, e não devemos assumir que os mercados irão funcionar para o benefício da humanidade”, disse Jorgen Randers, autor do estudo. “Estamos emitindo a cada ano o dobro dos gases do efeito estufa que são absorvidos pelas florestas e oceanos do mundo. Esse excesso irá piorar e vai atingir o auge em 2030. Em 2010, países do mundo todo concordaram em reduzir suas emissões de modo a manter neste século o aquecimento médio global em 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Mas o relatório do Clube de Roma prevê que esse limite será alcançado bem antes do final do século. Cientistas dizem que, depois do limite dos 2 graus, o mundo poderá enfrentar uma catástrofe climática. Randers disse que em 2052 o consumo per capita na China já deve ser de pelo menos dois terços do consumo nos EUA, e que o crescimento médio de 14 grandes nações emergentes, incluindo Brasil, Índia e África do Sul, deve triplicar nos próximos 40 anos. “Esse crescimento irá melhorar o padrão de vida para muitos, mas terá um custo para o clima global. Embora o crescimento não deva ser tão explosivo na China, ele ainda assim será forte o suficiente para manter as emissões dessas nações crescendo até a década de 2040″, acrescentou. Já as economias dos EUA e Europa, mais maduras, terão declínio ou estagnação no consumo, e isso deverá evitar o esgotamento dos recursos globais de petróleo, água e alimentos até 2052. Um novo acordo climático global, envolvendo pela primeira vez a China e os EUA, que são os dois maiores poluidores do mundo, deve ser definido até 2015, para entrar em vigor até 2020 – data que especialistas dizem que deve ser tarde demais para limitar os danos. (Fonte: Portal Terra)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Satélite flagra derretimento de 85% de importante geleira antártica

Uma importante geleira na Península Antártica, um dos lugares mais sensíveis às mudanças climáticas, teve 85% de sua massa derretida nos últimos 17 anos, anunciou na quinta-feira (5) a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

De acordo com um estudo realizado a partir de fotos tiradas pelo satélite europeu Envisat, a geleira denominada Larsen B passou de uma superfície de 11.512 quilômetros quadrados em 1995 (quase o tamanho do Catar) a apenas 1.670 quilômetros quadrados atualmente.

Larsen B é um dos três gigantescos pedaços em que se dividiu a enorme geleira que se estende ao longo da Península Antártica no Mar de Weddell.

Entre 1996 e 2002, vários enormes pedaços de gelo se desprenderam de Larsen B, começando pelo segmento chamado Larsen A, em janeiro de 1995. Em 2002, a metade da superfície de Larsen B se desintegrou depois de um rompimento importante em um bloco de gelo.

“Larsen C (o terceiro segmento) por ora segue presa (à Península), mas as observações do satélite mostram uma redução de sua espessura e um aumento da duração das fontes de água no verão”, informou a ESA.
Os enormes icebergs, constituído a partir do fluxo da água das geleiras, formam um grosso tapete flutuante ligado à costa.

Segundo os cientistas, esses icebergs são muito sensíveis às mudanças de temperatura e sua espessura se vê afetada desde a parte inferior pela ação de correntes de água mais quente.

O norte da Península Antártica teve um aumento de aproximadamente 2,5 graus Celsius em sua temperatura nos últimos 50 anos, um número muitas vezes superior à media mundial.

Os cientistas da ESA lembraram que esses gigantescos icebergs da geleira Larsen não devem ser confundidos com a grossa capa de gelo que cobre o Pólo Sul.

Se essa cobertura de gelo que cobre a Antártica derreter, ainda que seja parcialmente, elevaria o nível dos mares e ameaçaria os países insulares e as cidades costeiras. Entretanto, os pesquisadores da ESA constataram que essa cobertura por enquanto permanece estável.

(Fonte: G1)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Barcos solares são projetados por jovens cientistas

O Rio de Janeiro será sede da mais importante conferência sobre desenvolvimento sustentável do planeta, e o site Cidade do Rio foi descobrir o que os cientístas cariocas tem feito no segmento da tecnologia sustentável.
Fomos ao centro tecnológico instalado na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, e encontramos jovens desenvolvendo tecnologia de ponta, um orgulho para nossa cidade e que tem se destacado até no exterior.
Em um hangar na ilha do Fundão, jovens estudantes de engenharia, e do TecNaval – Curso Técnico em Construçao Naval da UFRJ – curso fornecido pelo Pólo Náutico UFRJ; se juntaram para formar a “Equipe Solar Brasil UFRJ”.

http://cidadedorio.com/barcos-solares-sao-projetados-por-jovens-cientistas-cariocas/

segunda-feira, 12 de março de 2012

Corais podem se adaptar a mudanças climáticas, diz estudo

Espécies de corais do sudeste asiático podem ter se adaptado a um aquecimento das águas ocorrido em 1998, segundo pesquisa publicada na sexta-feira (9) no jornal científico “PLoS One”. Elas teriam resistido melhor a uma nova elevação de temperatura verificada em 2010, afirmam os pesquisadores.

“Isto é polêmico porque muitos cientistas acreditam que os corais exauriram suas capacidades de adaptação ao estresse térmico”, afirmou James Guest, pesquisador da Universidade Tecnológica de Nanyang, na Cingapura, em material de divulgação.

Na pesquisa, cientistas analisaram três pontos de corais, sendo um na Indonésia, um na Malásia e outro em Cingapura.

Na Indonésia, o aumento da temperatura do oceano em 2010 teria provocado a morte de 90% das colônias de coral de crescimento rápido. Isto é considerado uma consequência normal do aquecimento no desenvolvimento dos corais e tem levado cientistas a prever que as espécies de crescimento lento terão mais sucesso no futuro.

Mas em Cingapura e na Malásia o aquecimento teve um efeito contrário: corais de crescimento rápido se mantiveram saudáveis e pigmentados. Com base nisto, os pesquisadores avaliaram o histórico térmico destes dois locais e verificaram que eles tiveram uma elevação de temperatura anterior, em 1998. O mesmo não teria ocorrido na Indonésia.

“As populações de coral que calcificaram durante o último grande aquecimento, em 1998, se adaptaram ou se aclimatizaram ao estresse climático”, disse Guest.

No entanto, a descoberta não significa que as ameaças do aquecimento global para os corais diminuíram, alerta o pesquisador. Segundo ele, deve haver um limite para a adaptação térmica. Além disso, uma elevação de temperatura poderia impactar a saúde reprodutiva e o crescimento dos corais.

(Fonte: Globo Natureza)