terça-feira, 26 de junho de 2012

Aumento do nível do mar ameaça o litoral do Atlântico nos Estados Unidos

O nível do mar em uma faixa costeira atlântica nos Estados Unidos, incluindo as cidades de Nova York e Boston, aumenta até quatro vezes mais rapidamente do que a média mundial, segundo um estudo pubicado pela revista Nature Climate Change.


Este fenômeno, vinculado à mudança climática, aumenta o risco de inundações de uma das zonas costeiras mais densamente povoadas e ameaça a biodiversidade das zonas úmidas, segundo o estudo do centro americano de vigilância geológica USGS.

Estas conclusões aparecem quando especialistas do Conselho Nacional de Pesquisa americano afirmaram na sexta-feira que a elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático pode ser duas ou três vezes mais importante que o previsto durante este século.

Desde 1990, ao longo de uma faixa de mil quilômetros da extensão da faixa atlântica dos Estados Unidos examinada pela Nature Climate Change, o nível do mar aumentou de 2 a 3,7 milímetros por ano. Em nível mundial, o aumento é entre 0,6 e 1 milímetro.

Se o aquecimento continuar, o nível do mar nesta parte da costa atlântica poderá aumentar, até 2100, 30 cm, mais que o aumento de 1 m em média em nível mundial calculado pelas projeções científicas.

Em outro estudo publicado pela Nature Climate Change, investigadores europeus vão mais além de 2100: segundo seus cálculos, uma alta das temperaturas de dois graus provocará uma alta de 2,7 m em 2300 em relação ao nível do mar. Limitar o aquecimento a +1,5 graus limitariam esta elevação do nível dos oceanos a 1,5 metros.

O objetivo atual da comunidade internacional é limitar o aquecimento a menos de dois graus em relação à época pré-industrial.

(Fonte: Portal iG)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

ONGs de conservação marítima dizem que faltou compromisso à Rio+20

Membros da High Seas Alliance, parceria de várias organizações que lutam pela conservação dos oceanos, ficaram profundamente desapontados com a decisão de se adiar ação para proteção do alto mar no rascunho do texto final da Rio+20 apresentado nesta terça-feira (19).


Segundo a High Seas Alliance, os negociadores adotaram texto mais fraco do que o que estava sendo discutido nas conferências paralelas entre pesquisadores. Em referência à parte do texto sobre oceanos que aborda uma estrutura de governança esperada há muito tempo, membros da HSA comentaram: “Os negociadores usaram 118 palavras, mas poderiam ter usado apenas quatro, com o mesmo sentido: ‘Não estamos fazendo nada’”, dizia nota.

A High Seas Alliance classificou a coalizão que reuniu Estados Unidos, Canadá, Japão, Venezuela e Rússia como “do contra”. Foi este grupo que pressionou para a Rio+20 não definir sistemas de implantação de proteção marítima, postergando qualquer ação por mais três anos, acusou a organização.

“Não há compromisso. É como dizer para a sua namorada que em três anos você vai se decidir sobre se casar ou não. Não temos tempo para besteiras; os oceanos não têm tempo”, disse Susanna Fuller, membro da organização.

O único motivo para otimismo, segundo a High Seas Alliance, é o tamanho do apoio dado por alguns governos à defesa dos oceanos, o que pode e que continuará após a Rio+20. “Há resultados importantes no texto em relação à pesca, pesca ilegal, subsídios nocivos. Líderes de governo deveriam usar seu espaço para discurso e intervenções aqui no Rio para assumir compromissos firmes de adotar estas decisões e se comprometer com ações urgentes pelos oceanos”, afirmou Sue Lieberman, do Pew Environment Group.

Sobre a Rio+20 – Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De quarta até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
(Fonte: Portal Terra)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Para governo brasileiro, tratado sobre proteção de áreas marinhas é prioridade


O Brasil elevou a proteção dos oceanos a uma de suas prioridades na Rio+20. A presidente Dilma Rousseff deve intervir para eliminar a oposição dos EUA a um acordo.


O tema oceanos será um dos quatro que merecerão atenção específica dos grupos de negociação formados pela presidência brasileira da conferência. Os outros três são os capítulos de financiamento (os chamados “meios de implementação”), objetivos de desenvolvimento sustentável e a reforma das instituições da ONU.

O país propôs na sexta-feira (15) aos delegados uma nova versão do documento “O Futuro que Queremos”. O novo texto tem 56 páginas (antes eram 80). e perdeu os colchetes (parágrafos sobre os quais há discordância entre os países).

O rascunho brasileiro tenta contornar dois nós da negociação. Por um lado, cede aos países desenvolvidos, ao retirar a proposta de fundo de US$ 30 bilhões por ano para o desenvolvimento sustentável. O fundo era proposta do G-77, o grupo dos países em desenvolvimento.

A definição sobre quais serão as fontes de financiamento ficam adiadas para 2014. Segundo o chanceler Antônio Patriota, um comitê intergovernamental de 30 integrantes, a ser nomeado pela ONU, cuidará desse processo.

Por outro lado, o Brasil cedeu ao G-77 ao reafirmar os Princípios do Rio, que incluem as “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. Por esse princípio,acordado durante a Eco-92, cabe aos ricos a maior parte da conta a pagar pela degradação.

O princípio não ganhou uma menção específica no capítulo de finanças, como queria o G-77, mas aparece em dois outros pontos do texto. Os EUA não o queriam em lugar nenhum.

Tratado - O tema oceanos subiu na agenda porque o Brasil o vê como um dos únicos assuntos que poderão ser vendidos à sociedade como um resultado concreto da Rio+20.

A decisão de lançar o embrião de um tratado sobre proteção de áreas marinhas fora das jurisdições nacionais pode virar consenso sem muitas dificuldades. Ajudaria a manter credibilidade do anfitrião e do processo da ONU.

(Fonte: Folha.com)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cientistas pedem que pelo menos 10% do mar seja protegido

O Brasil está longe de atingir as metas internacionais de proteção ao mar na sua área de exploração costeira. De acordo com cientistas reunidos nesta quarta-feira no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, uma espécie de Rio+20 paralela da ciência, menos de 1% da zona de exploração costeira do Brasil está protegida. A taxa está distante das metas internacionais estabelecidas há dois anos pelo Protocolo de Nagoya. O documento define que até 2020 pelo menos 10% da zona de exploração do mar de cada país deve estar protegida. “O problema é não temos avanços. Recentemente adiamos a ampliação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos [entre a Bahia e o Espírito Santo]“, disse o biólogo da USP Carlos Alfredo Joly, coordenador de um programa de pesquisa sobre a biodiversidade paulista financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A expectativa dos cientistas era que o governo sancionasse um projeto que estabelece um mosaico de áreas protegidas marinhas em Abrolhos durante a Rio+20. Mas o processo obrigatório de consultas públicas com a população nas redondezas de Abrolhos sobre a área de proteção foi esticado e depois suspenso em meados de maio. Mais brancos – A principal preocupação dos cientistas são os recifes de corais. O Brasil tem as únicas formações relevantes de recifes de corais do Atlântico Sul e boa parte deles está em Abrolhos. A acidez causada pelo aquecimento das águas e da atividade humana na região prejudica a alimentação dos corais e os deixa mais vulneráveis (o que é visível, pois eles ficam esbranquiçados). “Não temos problemas apenas em Abrolhos. Há regiões do sul e do nordeste do país que também precisam de atenção”, disse a engenheira de pesca Ana Paula Prates, da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. De acordo com ela, a proteção às florestas costuma ganhar mais atenção e ser mais debatida que a proteção ao mar. Somando unidades de conservação, parques nacionais e reservas biológicas, 13% do território terrestre do país é intocável (as metas de Nagoya são de 17%). Gestão de oceanos - Prates destacou também a falta de regulamentação sobre a atividade econômica relacionada ao mar. Hoje, os cientistas estimam que 80% da pesca brasileira seja de espécies super exploradas e estejam em algum risco. A governança dos oceanos será discutida na cúpula da Rio+20, que reunirá chefes de Estado de 20 a 22 de junho. Mas os cientistas estão pouco otimistas. “Na Rio-92 havia uma proposta de convenção de oceanos que não avançou”, disse Joly. (Fonte: Sabine Righetti/Folha.com)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Praias da Baleia e do Sahy se unem em prol de área de proteção em SP

Os frequentadores das badaladas praias da Baleia e Barra do Sahy, no litoral norte de São Paulo, estão prestes a obter uma grande vitória. O projeto desenhado por eles, que cria uma área de proteção ambiental de 1 milhão de m² entre os dois locais, está perto de ser votado na Câmara de São Sebastião. Se aprovado, o parque passa a fazer parte do plano diretor da cidade, o que deixa a efetivação dele mais real. “No município não existe nenhuma área protegida que tenha manguezal, brejo de restinga ou floresta”, explica Andre Waetge, engenheiro agrônomo contratado pelo movimento “Preserve o Litoral Norte” para desenhar tecnicamente o parque. “A área forma um importante corredor ecológico até a região da serra do Mar”, diz. “Nossa ideia é fazer um acordo com a prefeitura e gerenciar essa área”, conta a advogada Fernanda Carbonelli, uma das que encabeçam o movimento pró-verde. “Não haverá desapropriações, por isso o custo para os cofres públicos será zero.” Na visão do grupo de moradores, a área de proteção ambiental vai ser importante para barrar a especulação imobiliária e ajudar 20 famílias de caiçaras que moram ali. “Não dá mais para viver de peixe. A pesca é só para o consumo próprio. De repente, levar turistas para passear pelo rio poderia ser uma boa fonte de renda para nós”, afirma Haroldo Tavares, que mora no local. Segundo Carbonelli, grande parte do parque está em uma zona já preservada pela legislação federal. “Queremos criar mais um empecilho para proteger o local.” Um passeio de barco pelas águas do rio Preto, que desemboca no canto da Barra do Sahy, mostra bem como os luxuosos condomínios da praia da Baleia pressionam o manguezal que existe por lá. Uma das casas, de forma ilegal, tem parte de sua construção sobre um mangue. “Aqui tem importantes espécies de aves e mamíferos. Encontramos registros, inclusive, de uma anta”, diz o engenheiro agrônomo, que passou um mês mapeando toda a fronteira da área. “Apesar de a ideia surgir de um movimento da sociedade, nem todos os moradores da praia da Baleia [interessados em negócios imobiliários, por exemplo] são a favor da criação da área de proteção”, afirma Carbonelli. A Secretaria do Meio Ambiente do Estado enaltece a iniciativa. Só que não apoia de forma categórica o parque. (Fonte: Eduardo Geraque/Folha.com)