segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pesquisador alerta para ameaça de extinção de um dos menores golfinhos do mundo

Cetáceo encontrado na América do Sul, a toninha está em risco de extinção, além de bastante ameaçada pela pesca de emalhe – modalidade feita com as chamadas redes de pesca passivas, nas quais os animais ficam presos em suas malhas devido ao seu próprio movimento. O alerta é do pesquisador do Laboratório de Mamíferos Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), Emanuel Carvalho Ferreira.

“A pescaria de emalhe é o que mais afeta e põe em risco esse animal. A toninha é uma espécie costeira que habita águas rasas e, muitas vezes, as áreas de pesca sobrepõem com as de ocorrência da toninha”. O cetáceo é uma das menores espécies de golfinho do mundo e pode ser encontrado em águas de até cerca de 35 metros de profundidade, da costa do Espírito Santo à Argentina. O animal tem coloração parda-marrom, bico comprido e mede entre 1,30 e 1,70 metro.

A pesca de emalhe acaba levando à captura acidental e à morte de quase mil toninhas por ano, somente no Rio Grande do Sul, disse o pesquisador à Agência Brasil. Ele é autor da pesquisa A Mortalidade de Toninhas nas Pescarias de Emalhe na Costa Sul do Rio Grande do Sul. O estudo constatou que, se fosse proibida a pesca em águas consideradas rasas, a área de proteção ambiental poderia diminuir em até 75% a captura desses animais. Ferreira explicou que a pescaria de emalhe vai de 5 a 150 metros de profundidade. “É uma pescaria direcionada para peixes de fundo”.

A pesca de emalhe é denominada passiva porque a rede é deixada na água por algumas horas antes de ser recolhida. “Hoje em dia o problema é com o tamanho das redes”, disse o pesquisador. Até pouco tempo encontravam-se redes com até 35 quilômetros de extensão. “Uma rede com 35 quilômetros de extensão deixada no mar por seis a oito horas, vira uma barreira não só para a toninha, mas para qualquer espécie de vida marinha que pode ser capturada pela pesca”.

Ferreira quer sensibilizar as autoridades governamentais para que delimitem a pesca de emalhe somente para águas profundas e que as redes atinjam o tamanho de 7,5 quilômetros de extensão, fixado como preferencial para essa prática no Plano Nacional para a Conservação da Toninha, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

No ano passado saiu a regulamentação desse tipo de pesca. A norma estabelece o escalonamento do tamanho das redes. Enquanto na costa do Rio Grande do Sul, as embarcações grandes não podem levar redes com mais de 16 quilômetros, em outros estados, como Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, são permitidas redes com até 18 quilômetros de extensão.

“É preciso diminuir mais”, disse Ferreira. Para ele, o escalonamento é um ponto de partida, embora o ideal, preconizado no Plano Nacional para a Conservação da Toninha, sejam redes com até 7,5 quilômetros. O plano determina que o tamanho das redes diminua de forma gradual ao longo dos anos. Ferreira defende que isso ocorra com urgência, uma vez que essa modalidade de pesca não ameaça somente a toninha.

“Atinge espécies de tartarugas, algumas aves e espécies de tubarões ameaçados de extinção, que se reproduzem em regiões rasas”. É o caso do tubarão-cação anjo, cuja captura comercial já está proibida. Se a pesca for proibida nessas regiões, o pesquisador acredita que o ecossistema marinho será preservado.

(Fonte: AmbienteBrasil - Agência Brasil)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Material plástico no mar aumentará nos próximos 500 anos, diz cientista

As grandes concentrações de lixo nos oceanos, chamadas também de “sopa de plástico”, devem aumentar de tamanho nos próximos 500 anos, apesar dos esforços para eliminar este poluente, de acordo com cientistas da Austrália, em entrevista à mídia local nesta terça-feira (22).

A formação dessa “crosta” nos oceanos é muito lenta, mas sua presença tem um impacto negativo de longo prazo, destacou o cientista Erik Van Sebelle, um dos autores da pesquisa feita pelo Conselho Australiano de Investigação. “Mesmo que deixemos de jogar lixo plástico nos oceanos, essas massas seguirão crescendo”, comentou.

Formadas pela ação das correntes superficiais marítimas, essas massas de plástico “crescem devido à acumulação de todo o plástico que já foi jogado e que não tenha sido acumulado nesses locais”, explicou o especialista.

Em 1997, o oceanógrafo Charles Moore descobriu a denominada “Grande Porção de Lixo do Pacífico”, uma zona de detritos que se estende entre a costa da Califórnia, nos Estados Unidos, rodeia o Havaí e chega até o Japão. Essas superfícies de lixo concentram grandes quantidades de plástico e outros resíduos trazidos pelas correntes oceânicas.

Risco ambiental – Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico.

As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves, e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos. Pássaros e peixes morrem de inanição por confundirem as partículas plásticas com alimento. Estudos já comprovaram que até mesmo os plânctons, a base da cadeia alimentar, estão sendo impactados.

Se a densidade do microplástico continuar a crescer, o número de insetos aumentará também, alertaram os cientistas, “potencialmente às custas de presas como o zooplâncton e os ovos de peixes”.
(Fonte: AmbienteBrasil - Globo Natureza)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ministérios criam comissão para estimular tecnologia da pesca e aquicultura

Os ministros da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, assinaram nesta quarta-feira (16) portaria que institui a Comissão Técnica Interministerial de Ciência, Tecnologia e Inovação em Pesca e Aquicultura (CTPA). A comissão irá formular medidas para apoiar o desenvolvimento científico-tecnológico e de inovação da pesca e da aquicultura brasileira.

Segundo Marcelo Crivella, a parceria é o passo certo para aumentar a tecnologia na produção pesqueira: “Junto ao MCTI [Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação], formularemos os melhores editais e selecionaremos os melhores pesquisadores. Também com metas e menor custo para que, efetivamente, [o setor] se torne mais produtivo e rentável para os pescadores, para os aquicultores, para os brasileiros”.

Crivella informou que o Brasil ocupa o 23º lugar em produção de pescado e exporta R$ 230 milhões de dólares por ano. Para ele, as águas brasileiras devem ser melhor aproveitadas: “Se temos a maior costa, por que temos um peixe tão caro?”, questiona o ministro.

O ministro da Pesca e Aquicultura citou ainda o exemplo da produção de tilápia, peixe criado em cativeiro, em países com grande tecnologia. “Há tecnologias em que a tilápia consome um quilo de ração para engordar um quilo em três meses. Se nós conseguirmos desenvolver uma tilápia nas nossas águas com esse padrão genético, com esse avanço tecnológico, certamente poderemos ter o frango das águas”.

Para o ministro Marco Antonio Raupp, os consumidores brasileiros merecem uma oferta de produtos muito maior do que a atual. “Nós brasileiros temos que estar à altura dos recursos que Deus nos deu”. De acordo com ele, a parceria vai garantir recursos dos dois ministérios para viabilizar os projetos importantes que forem apresentados.

(Fonte: Ambiente Brasil - Agência Brasil)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Carteira de pescador profissional tem validade permanente

Com o objetivo de inibir fraudes na concessão do seguro defeso e garantir maior comodidade aos pescadores profissionais, a nova carteira de identificação de pescador profissional começou a ser entregue na quarta-feira (9) pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Destinada a mais de 1 milhão de pescadores profissionais, o documento tem material impermeável, resistente e dispõe de tecnologia QR Code, espécie de chip que permite acesso aos dados dos pescadores registrados no sistema do governo, contribuindo para o combate à falsificação. Em uma fiscalização, por exemplo, será possível verificar imediatamente a procedência da carteira por meio de celulares smartphones.

A entrega da nova carteira do pescador será feita ao longo de 2013 e estará condicionada à assinatura de um protocolo de entrega com dispositivo de segurança contra fraudes, medida também inovadora. Enquanto o novo documento não chegar aos pescadores, os antigos continuam valendo.

O ministério firmou um termo de cooperação com a Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), que reúne 1.200 colônias de pescadores em todo o Brasil, para que cada pescador possa ter acesso à carteira na própria colônia em que está filiado. O documento também poderá ser obtido nas superintendências federais da Pesca e Aquicultura, presentes em todos os estados e no Distrito Federal.

A nova carteira terá validade enquanto o pescador estiver em atividade regular. Com isso, os trabalhadores não terão de renová-la periodicamente, após um ano de Registro Geral de Pesca (RGP) ou a cada dois anos após esta etapa inicial. Todos poderão mantê-la permanentemente, semelhante à carteira de identidade e o CPF.

Se antes, no momento da renovação, era preciso apresentar seis documentos, a partir de agora serão necessários apenas dois: um relatório anual de atividades, que poderá ser enviado para o ministério via internet, e um comprovante de pagamento da Previdência Social.

(Fonte: Ambiente Brasil -  Agência Brasil)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Aumento da população de águas-vivas é temporário, diz estudo diz estudo

Um estudo internacional publicado na segunda-feira (31) mostra que o aumento na população das águas-vivas, percebido ao longo dos últimos anos, faz parte de um ciclo natural e não é uma tendência definitiva.

Recentemente, relatos de águas-vivas presas em redes de pescadores, canos de resfriamento de usinas e até mesmo de ataques a turistas se tornaram cada vez mais comuns em vários pontos do mundo. Isso levou a equipe liderada por Robert Condon, do Laboratório Marinho de Dauphin Island, nos Estados Unidos, a conduzir um estudo mais amplo e obter uma verdadeira dimensão da população do animal.

Os cientistas descobriram que a população de águas-vivas passa por flutuações, aumentando e diminuindo de tempos em tempos. Eles mostraram que, na década de 1970, havia ocorrido um pico semelhante ao atual, mas que não chamou a atenção porque as informações não circulavam tanto quanto hoje – ainda não havia a internet, por exemplo.

Nos próximos anos, os pesquisadores querem continuar monitorando a população do animal para determinar se as variações continuam dentro do normal. Eles ressaltam que o trabalho tem impacto econômico, pela maneira como as águas-vivas afetam o turismo e a pesca.

O estudo foi publicado pela “PNAS”, a revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

(Fonte: Globo Natureza) Ambiente Brasil