segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Projeto permite mergulho virtual em 360˚ na Grande Barreira de Coral

Mergulhar na Grande Barreira de Corais, na Austrália, já é possível em qualquer lugar do mundo. A vista em 360˚ do fundo do mar começou a ser registrada por uma parceria entre a Universidade de Queensland e o Google e está disponível em alta definição no site do projeto “Catlin Seaview”, lançado nesta quinta-feira (23).

Para mergulhar, basta conduzir o mouse pela tela do computador, transformada na Grande Barreira. Além de circular pelos panoramas do fundo do mar, o mergulhador virtual pode olhar para cima e ver o céu refletido na superfície da água.

Apenas oito panoramas foram registrados até agora, mas novas imagens em 360˚ serão feitas a partir de setembro. A expectativa é que 50 mil panoramas sejam produzidos em 20 pontos ao longo dos 23 mil km da Grande Barreira. As imagens serão disponibilidades por Google Earth e Google Maps e vídeos também serão publicados no YouTube.

Um dos principais objetivos da iniciativa é permitir que pessoas comuns partilhem do conhecimento científico sobre a Grande Barreira. “Milhões de pessoas poderão experimentar a vida, a ciência e a mágica que existe debaixo da superfície dos oceanos”, afirmou o cientista chefe do projeto, Ove Hoegh-Guldberg.

Tecnologia – As imagens são registradas por uma câmera que capta 360˚ a cada 4-6 segundos, capaz de localizar geograficamente a região do mergulho. Segundo a equipe do “Catlin Seaview”, ela é bastante diferente da usada no Google Street View e foi desenvolvida especialmente para o projeto.

Especialistas em fotografia subaquática ajudaram a contornar problemas específicos do fundo do mar, como a claridade do oceano, condições de pouca luz e distorção da imagem provocada pela água. Além disso, a câmera conta com um motor acoplado, operado por um mergulhador em águas rasas, que permite navegar a 4 km por hora.

A tecnologia usada no projeto vai além da produção dos panoramas em 360º. Eles serão analisados em softwares de reconhecimento de imagens para produzir um censo dos corais, peixes e outros organismos.

Segundo os pesquisadores, o registro vai permitir estudar o impacto das mudanças climáticas nas barreiras de corais, altamente sensíveis a variações no clima e capazes de oferecer um indicador da saúde dos oceanos.

Pesquisa – A iniciativa, financiada pela empresa de seguros Catlin Group, também vai usar robôs mergulhadores para filmar em alta definição (mas não em 360˚) o oceano em profundidades entre 30 e 100 metros.

Uma terceira etapa da pesquisa inclui o rastreamento por satélite de 50 espécimes de tubarões-tigre, tartarugas-verde e raias. O objetivo é monitorar dados como posição geográfica, temperatura da água e profundidade em que se encontram, para analisar o comportamento migratório dessas espécies em um cenário de mudanças climáticas.

(Fonte: Globo Natureza)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Acidez na água dos oceanos ameaça 30% das espécies, mostra pesquisa

Pesquisa da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, indica que os oceanos do planeta estão ficando cada vez mais ácidos. No ritmo atual, segundo os cientistas, cerca de 30% das espécies marinhas podem ser extintas até o fim do século. De acordo com a pesquisa, a água do mar está ficando mais ácida devido ao dióxido de carbono.

Os cientistas examinaram a água abaixo dos vulcões, nas quais o dióxido de carbono ocorre naturalmente, para verificar como a vida marinha lida com a água mais ácida. Segundo os pesquisadores, nos próximos anos a água marinha começará a afetar alguns organismos e alguns tipos de corais não conseguirão sobreviver.

O trabalho foi apresentado pelo cientista britânico Jason Hall-Spencer, que estudou as aberturas vulcânicas no oceano. Segundo ele, a conclusão da pesquisa é um “aviso” sobre o futuro dos ecossistemas marítimos. O trabalho foi apresentado por ele durante conferência em Vancouver, no Canadá.

Hall-Spencer disse que examina as aberturas vulcânicas como uma máquina do tempo. “Nem todas as espécies estão calcificadas. Há conchas e esqueletos rígidos e existem outros organismos com corpos macios que também deixam o mar [em busca de qualidade de vida]”, explicou.

O cientista ressaltou que há 55 milhões de anos aconteceu situação semelhante à identificada na pesquisa, que leva cerca de 10 mil anos para ocorrer. Segundo Hall-Spencer, os oceanos precisam de aproximadamente 125 mil anos para se recuperar e obter de volta a “química normal”.

“[Ou seja], o que fizermos ao longo dos próximos 100 anos ou 200 anos pode ter influência nos ecossistemas oceânicos de dezenas de milhares a milhões de anos. Essa é a implicação do que estamos fazendo com os oceanos agora”, destacou Hall-Spencer.

(Fonte: Renata Giraldi/ Agência Brasil)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Aumento na temperatura dos oceanos altera corais, diz estudo

Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (3) propõe uma nova abordagem para analisar o impacto das mudanças climáticas no crescimento dos corais. De acordo com o estudo, alterações na temperatura da superfície dos oceanos têm mais influência no desenvolvimento dos corais que variações na acidez do mar.

Pesquisas anteriores apontavam que o aumento de concentração atmosférica de CO2 elevava a captura do gás nos oceanos e, como consequência, modificava o pH das águas. Mares mais ácidos teriam menos carbonatos, o que diminuiria a calcificação dos corais.

Segundo o novo estudo, o aumento de emissão de CO2 e sua influência na taxa de calcificação dos corais ainda “provoca sérias preocupações”. “Mas, nós concluímos que a mudança na temperatura do habitat dos corais é atualmente a principal responsável por alterações nas taxas de calcificação”, afirma a pesquisa.

Resultado – A pesquisa foi realizada por cientistas do Instituto de Ciência Marinha da Austrália. Eles analisaram taxas de calcificação da parte oeste da Barreira de Corais australiana, ao longo dos últimos 110 anos. Para isso, eles coletaram colônias de Porites sp.

O resultado da análise não mostrou queda da calcificação dos corais, apesar do aumento da acidez do mar. Pelo contrário, revelou que a calcificação foi maior devido a maiores temperaturas na superfície do mar que a média da década.

“Nossas descobertas sugerem que a acidificação dos oceanos, fenômeno observado em larga escala, não está limitando a calcificação dos corais de forma uniforme no mundo”, afirma a pesquisa.

De acordo com os cientistas, “a influência da acidificação dos oceanos é esperada em latitudes maiores, cujas águas têm uma menor saturação de carbonatos”.

(Fonte: Globo Natureza)